A Justiça da Coreia do Sul emitiu um novo mandado de prisão contra o presidente afastado Yoon Suk Yeol, informou o escritório anticorrupção do país nesta terça-feira (7).
A ordem foi expedida depois que o prazo de execução do mandado anterior, 0h no horário local (12h de segunda-feira em Brasília), venceu. Policiais e agentes da agência tentaram executar a medida na sexta-feira passada (3), mas desistiram depois de passarem seis horas batalhando contra membros da guarda presidencial e apoiadores do presidente afastado que impediam o acesso à residência oficial, sem sucesso.
A prisão de Yoon foi solicitada devido à sua recusa em prestar depoimento sobre a declaração de lei marcial que ele publicou no mês passado, suspendendo os direitos políticos no país. A ordem gerou a pior crise política da Coreia do Sul em anos e culminou com o impeachment do líder conservador no Parlamento —a confirmação do afastamento depende agora da Corte Constitucional, órgão judicial máximo do país.
A ordem de prisão renovada nesta terça-feira tem origem em uma apuração criminal paralela, no entanto, liderada pelo escritório anticorrupção nacional. Investigadores do órgão dizem que Yoon liderou uma insurreição e abusou de seu poder no momento em que declarou a lei marcial e ordenou que tropas entrassem na Assembleia Nacional para impedir que os parlamentares votassem contra ela.
O crime de insurreição é um dos poucos contra os quais um presidente sul-coreano não tem imunidade. O caso pode resultar em uma sentença de prisão perpétua ou mesmo pena de morte.
O advogado de Yoon, Yoon Kab-keun, argumenta que o escritório anticorrupção não tem autoridade para solicitar prisões segundo a Constituição sul-coreana e que, por isso, os mandados de prisão são ilegais.
Ele também já disse anteriormente que policiais que tentassem deter o presidente afastado poderiam ser presos pela guarda presidencial.
Seu raciocínio é contestado por especialistas jurídicos. Além disso, na segunda-feira (6), horas antes do fim do prazo da ordem de prisão, a agência de notícias Yonhap afirmou que a polícia avaliava prender membros das forças de segurança do presidente se elas continuassem a bloquear a entrada do palácio presidencial, onde Yoon está abrigado.
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