Autoridades da África do Sul disseram nesta terça-feira (14) que 36 pessoas morreram após parte de uma mina de ouro clandestina desabar na região de Stilfontein, no noroeste do país. Outras 82 pessoas foram resgatadas com vida. Os trabalhadores estavam presos no local havia meses.
Uma empresa especializada em minas enviou uma grande gaiola para resgatar as vítimas. No total, a operação pode durar até dez dias. Não se sabe ao certo quantas pessoas ainda estão no local, que tem quase dois quilômetros de profundidade, mas a polícia disse que pode haver várias centenas.
Segundo autoridades, várias dezenas de pessoas já conseguiram sair, mas muitas estão debilitadas.Johannes Qankase, líder comunitário, disse à agência de notícias AFP que os sobreviventes “estão muito doentes e muito desidratados”. “Podemos ver, eles estão quase morrendo”, afirmou.
O acesso à mina foi isolado pela polícia durante meses como parte de uma operação para prender centenas de mineradores ilegais. Os “zama zamas” (palavra e, zulu para “aqueles que tentam”) geralmente vêm de outros países para trabalhar em minas sem licença no território sul-africano.
Suas atividades são desaprovadas tanto pelas empresas de mineração quanto pelos moradores locais, que as associam ao aumento da criminalidade.
As autoridades foram acusadas de tentar forçar os mineradores a voltar à superfície do que parecia ser uma pequena cidade subterrânea, cortando desde novembro o fornecimento de alimentos e água que lhes era trazido pela comunidade local que, por sua vez, vive da economia informal em torno da mina.
O governo afirmou na segunda que mais de mil pessoas envolvidas em atividades ilegais de mineração na região foram presas. Em meados de novembro, autoridades estimaram que até 4 mil pessoas estavam no subsolo, mas a polícia disse que o número provavelmente estava na casa das centenas.
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