O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demitiu nesta segunda-feira (27) mais de dez advogados de carreira do Departamento de Justiça que trabalharam com o procurador especial Jack Smith em casos contra o republicano.
De acordo com uma nota da pasta, o governo “não pode confiar [nos advogados demitidos] para implementar as prioridades do presidente Trump de maneira fiel”, relatou a imprensa americana. O comunicado citou explicitamente “o papel que essas autoridades tiveram nos processos contra o presidente”.
De acordo com o jornal The New York Times, é provável que a demissão desses advogados viole leis americanas que protegem servidores públicos de carreira.
O procurador Jack Smith e sua equipe buscaram condenações para Trump por seus esforços em tentar reverter o resultado das eleições de 2020, quando foi derrotado por Joe Biden, e por levar consigo após o fim do primeiro mandato arquivos confidenciais da Presidência e guardá-los sem permissão em propriedades privadas.
Smith renunciou dias antes da posse de Trump. Em um relatório publicado no último dia 14, o procurador disse que as provas no caso eleitoral eram suficientes para condenar o republicano em um julgamento caso ele não tivesse vencido as eleições e, com isso, tornado impossível o prosseguimento da acusação.
Isso porque, nos EUA, o Departamento de Justiça tem como praxe não investigar ou processar presidentes em exercício —além disso, uma decisão da Suprema Corte em julho do ano passado entendeu que ocupantes da Casa Branca têm ampla imunidade para atos tomados no cargo.
Trump sempre negou as acusações de que tentou reverter o resultado das eleições ao pressionar autoridades eleitorais na Geórgia a “encontrar votos” ou ao incentivar a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021 por seus apoiadores —muitos deles, condenados a longos períodos na prisão por crimes cometidos naquele dia, foram perdoados pelo republicano.
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