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Servidores acusam Pochmann de usar IBGE para “promoção pessoal”



Servidores da área de comunicação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgaram nesta sexta-feira (31) um manifesto contra o presidente do órgão, Marcio Pochmann. O documento já conta mais de 300 assinaturas e foi divulgado em meio a crise interna na instituição.

Os funcionários acusam Pochmann de ser um “presidente paralelo” que usa a comunicação do IBGE para se promover politicamente com “turnês oportunistas pelo país”. Segundo eles, “o atual presidente e assessores indicados prejudicam que o IBGE exerça o seu papel institucional com uma série de medidas”.

Os protestos contra a gestão de Pochmann ocorrem desde setembro do ano passado, com atos mobilizados pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do IBGE (Assibge). Entre as iniciativas que geraram descontentamento está a criação de uma fundação pública de direito privado, o IBGE+, vinculada ao instituto.

O estatuto da nova entidade permitiria a realização de trabalhos para organizações públicas e privadas, o que provocou críticas internas e levou a fundação a ser apelidada de “IBGE paralelo”. Na tentativa de diminuir a tensão, o Ministério do Planejamento e o instituto suspenderam temporariamente a criação do Fundação IBGE+. A decisão, anunciada nesta quinta-feira (30), parece não ter surtido efeito.

Servidores criticam “turnês oportunistas” de Pochmann

Os funcionários afirmam que “outra enorme fonte de atritos” com a gestão Pochmann está nas “turnês oportunistas pelo país”. O documento aponta que Pochmann e seus assessores aproveitam as divulgações mais concorridas do IBGE e usam essas viagens para a promoção de uma “agenda paralela”, que inclui “contatos com diversos políticos locais”.

“Essas viagens ocasionam gastos absurdos com passagens e diárias, quando tudo poderia ser feito de maneira organizada e sem custos, a partir de videoconferências”, ressaltam. Segundo o manifesto, Pochmann “agendou nova turnê para divulgar um plano de trabalho em cinco capitais” entre os dias 27 e 31 de janeiro.

No entanto, o presidente da instituição não passará pelo Rio de Janeiro, onde fica a sede do instituto e a maioria dos servidores. “Essa nova turnê se dirige a um universo paralelo, onde um IBGE paralelo será delirantemente propagado por um gestor cada vez mais fora da realidade. Um presidente paralelo”, diz o documento.

Comunicação oficial ofuscada por “IBGE paralelo”

O manifesto afirma que “o IBGE paralelo está ofuscando o IBGE que realmente interessa à sociedade brasileira”, responsável pela divulgação de dados como o Censo 2022, inflação, entre outros.

“A avalanche de matérias sobre a gestão Pochmann atropela as divulgações de indicadores fundamentais, como o PIB, a inflação, o desemprego, a safra, o movimento da indústria, comércio e serviços, entre outros, que são publicados várias vezes por semana nas mídias do Instituto”, dizem os servidores.

De acordo com os funcionários, Pochmann é “hostil com a imprensa nacional e local” e prefere “falar com correspondentes estrangeiros, blogueiros amigos ou com veículos isolados, escolhidos sem qualquer transparência”.



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