Governador de Minas Gerais nos anos de 1987 a 1991 e um dos fundadores do MDB no estado, Newton Cardoso morreu na madrugada deste domingo (2) aos 86 anos.
O filho do político, deputado federal Newton Cardoso Jr. (MDB-MG), confirmou a morte em rede social. “O nosso ‘trator’ dedicou a vida à política e ao povo mineiro. Advogado, administrador, empresário e realizador, com atuação em diversos setores, contribuiu para a geração de emprego e o desenvolvimento do nosso estado”, afirmou.
Segundo ele, o pai estava internado para tratar da saúde. Há dois dias, a família publicou uma nota dizendo que o estado do governador inspirava cuidados. A causa da morte foi falência múltipla de órgãos, de acordo com a assessoria do deputado.
O velório acontecerá nesta segunda-feira (3), das 10h às 17h, no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte. Segundo a família, haverá comboio na chegada do corpo do ex-governador ao palácio e na saída, por volta das 16h, para Contagem, cidade onde será feita a cremação, reservada aos mais próximos.
Veterano da política mineira, ele exerceu mandatos a partir dos anos 1970. Foi prefeito do município de Contagem por três gestões e se elegeu ao governo em 1986, em pleito em que o PMDB fez quase todos os governadores do país na esteira do Plano Cruzado, do então presidente José Sarney.
Posteriormente, de 1999 a 2002, Newton Cardoso foi vice-governador na gestão de Itamar Franco, ex-presidente da República. Mais recentemente, foi deputado federal de 2011 a 2015, cargo que exerceu ainda em outras duas legislaturas.
Em sua carreira, também enfrentou problemas na Justiça, como uma condenação por peculato, acusado de superfaturamento na desapropriação de um imóvel quando era prefeito de Contagem. A pena prescreveu e foi considerada extinta.
O presidente Lula (PT) declarou em nota ter recebido com pesar a notícia da morte do emedebista e afirmou que ele “foi um importante opositor da ditadura”.
A executiva nacional do MDB disse em rede social que a história do político foi marcada “pela enorme quantidade de obras”.
O deputado federal por São Paulo e presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, disse que “Newton deixa um legado de obras reconhecidas pelo povo mineiro”.
O governador de Minas, Romeu Zema (Novo), afirmou que vai decretar luto oficial de três dias. A solenidade de troca de guarda prevista para este domingo, no Palácio da Liberdade, também foi cancelada.
“Minas Gerais perde uma personalidade marcante. Newton Cardoso teve uma longa jornada na política, iniciada ainda quando jovem, e sempre se destacou por sua capacidade de diálogo, carisma e resiliência”, disse o governador Romeu Zema.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), também expressou condolências, classificando a carreira de Newton como brilhante, e decretou luto de um dia na Casa.
Natural de Brumado (BA), Newton Cardoso nasceu em 1938 e chegou a Belo Horizonte com 16 anos para trabalhar na indústria. Começou na política no movimento estudantil e se formou em administração pública e sociologia na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e direito na PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais).
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