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Marconi Perillo é alvo de operação da Polícia Federal – 06/02/2025 – Poder

O ex-governador de Goiás e presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, foi alvo de um mandado de busca e apreensão durante uma operação da Polícia Federal e da CGU (Controladoria-Geral da União), nesta quinta-feira (6), que investiga desvios de recursos da área da saúde de 2012 a 2018.

A PF detectou irregularidades em contratos firmados entre o Governo de Goiás, na gestão de Perillo, e uma ONG que subcontratava empresas ligadas a políticos e administradores da própria organização social.

Segundo a investigação, parte do dinheiro recebido por essas empresas retornava aos políticos e aos próprios administradores da organização social, o que é vedado por lei.

O tucano nega ter cometido qualquer irregularidade.

Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, sendo dez em Goiânia e um em Brasília. As ordens foram expedidas pela 11ª Vara Federal, que também determinou o sequestro de mais de R$ 28 milhões dos investigados.

A ONG era responsável pela gestão de dois hospitais estaduais que são referência para atendimentos de urgência e emergência pelo SUS (Sistema Único de Saúde) no estado.

A partir das análises, foi verificado que a organização adotou, como modus operandi, a terceirização generalizada das atividades, firmando contratos com objetos genéricos, sem definição de quantitativos e especificações dos serviços a serem prestados.

Segundo a CGU, isso favoreceu a realização de pagamentos sem a adequada medição, conforme foi observado nas notas fiscais e demais documentos extraídos do sistema de prestação de contas.

Também foram firmados contratos com objetos semelhantes, indicando a sobreposição de contratações e desperdício de recursos públicos.

De acordo com a CGU, os desvios de recursos públicos destinados ao financiamento desses serviços causaram efeitos negativos na qualidade do atendimento de saúde da parcela vulnerável da população.

A organização social investigada recebeu mais de R$ 900 milhões em recursos do SUS por meio de contratos com o estado de Goiás.

Além do desvio de recursos, em possível crime de peculato, também são investigados os crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de capitais. A soma das penas máximas cominadas aos respectivos crimes pode ultrapassar os 40 anos.

A operação, que também teve o apoio da Receita Federal, recebeu o nome de Panaceia, que remete à deusa grega da cura e, posteriormente, passou a ser empregado como sinônimo de simpatias “cura-tudo” ou “remédio para todos os males”.

Outro lado

Em nota, Perillo afirmou que é inocente e que não encontraram e não encontrarão nada contra ele. O tucano diz que já foi vítima de outras armações e operações encomendadas”, quando todos os seus sigilos e de sua família “foram devassados, na mais profunda investigação contra um político em Goiás”.

“Nunca fiz o que narram. Só se fabricarem. Criarem factoides. Mas agora extrapolaram todos os limites e com extrema crueldade. Estão fazendo uma operação por supostos ‘fatos’ acontecidos há 13 anos”, disse.

Ele acrescentou que, “mesmo esperando uma reação às denúncias que tem feito contra o grupo comandado por Ronaldo Caiado [do União Brasil e atual governador do estado] e que hoje domina Goiás e suas instituições, não imaginava que eles, mais uma vez, ousassem usar o poder do Estado para me perseguir, constranger e tentar calar”.

Já o PSDB afirmou, por nota, que alguns de seus quadros “foram vítimas recentes de abusos, arbitrariedades e erros de investigações e processos judiciais”. Mesmo assim, disse que o partido defende que toda e qualquer denúncia seja sempre investigada e, os culpados, punidos, sem perseguição.

Acrescentou que “Perillo foi vítima de injustiças, como o próprio sistema judicial já atestou, ao arquivar todas as investigações e processos contra ele” e que “causa estranhamento que uma investigação leve tanto tempo para ser iniciada”.

“O mínimo que a sociedade brasileira espera é que os órgãos de investigação sejam rápidos e isentos para apontar culpados e inocentes”, disse.

A assessoria de Caiado também respondeu às declarações do presidente do PSDB e disse que “soa como piada a nota de repúdio distribuída pelo ex-governador e que Marconi não consegue dar a mínima explicação para as denúncias investigadas”.

“O ex-governador age de forma dissimulada, com ataques rasteiros ao governador Ronaldo Caiado, tentando criar uma ‘cortina de fumaça’ para esconder desvios de recursos públicos durante seus mandatos, denunciados na operação”, disse.

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