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Sidônio orienta afinar discurso do governo sobre Trump – 12/02/2025 – Poder

Recém-nomeado pelo presidente Lula (PT) para o comando da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), o ministro Sidônio Palmeira recomendou unidade do governo nas manifestações sobre a relação com os Estados Unidos, após o presidente Donald Trump impor tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio, o que afeta as exportações brasileiras.

Segundo integrantes do governo, Sidônio pediu que os ministros afinassem discurso com as orientações do Palácio do Planalto. A determinação ocorre depois de deslizes anteriores cometidos por ministros, em dissonância com a recomendação do chefe da Secom na primeira reunião ministerial de 2025.

Em sua intervenção, Sidônio citou a existência de uma falha no conjunto formado por política, gestão e comunicação, que estariam rodando em rotações diferentes.

O ministro disse que pretende alçar ainda mais ao primeiro plano a figura do presidente, com mais entrevistas e aparições públicas. Ao PT ele afirmou que Lula deve ser o “motor do conteúdo” do governo.

Na semana passada, Sidônio teve uma dura conversa com o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, que acenou em entrevista intenção de reajuste do valor Bolsa Família, sem prévio consentimento da Presidência.

Seguindo instrução de Sidônio, a Casa Civil teve que divulgar uma nota na noite desta sexta-feira (7) para negar estudo sobre um possível aumento no valor do Bolsa Família.

Na entrevista, Wellington aventou a possibilidade ao falar que a medida poderia ser tomada para enfrentar o impacto do aumento no preço dos alimentos.

No fim de janeiro, uma declaração do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, ganhou as redes, após ele sugerir que, em resposta à alta dos preços, os brasileiros trocassem a laranja por outra fruta.

Sidônio tem reiterado pedido de padronização do discurso. Ministros então passaram a adotar uma retórica mais sóbria em relação ao tema das tarifas impostas pela administração Trump.

Publicamente, os integrantes do governo têm afirmado que ainda não há uma posição e, quando houver, ela será decidida e anunciada pelo Palácio do Planalto.

Quando avançam um pouco no tema, ministros têm se posicionado em defesa do multilateralismo e na linha de que o Brasil não almeja uma disputa com os Estados Unidos. Nesta terça (11), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, por exemplo, afirmou que o Brasil não vai entrar em guerra comercial com os EUA.

Na segunda-feira, Trump confirmou a elevação das tarifas sobre as importações de aço e alumínio para 25% e o cancelamento de cotas para grandes fornecedores, como o Brasil.

Em seu ato, Trump citou o aumento expressivo de compra de aço da China pelo Brasil entre as justificativas para elevar as tarifas.

No mesmo dia, a própria Secom negou que o governo fosse taxar plataformas digitais norte-americanas como reação à elevação de tarifas sobre o aço e o alumínio anunciadas pelo presidente dos EUA.

Em consonância, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, descartou a hipótese nas redes sociais, embora o governo estude medidas para compensar perda de receita com a taxação americana.

Segundo relatos, Sidônio telefonou para Haddad sugerindo que fizesse a postagem. A conversa teria ocorrido em tom cordial.

Antes mesmo de assumir o cargo, Sidônio deu demonstrações de sua influência, ao atuar na elaboração do pronunciamento no qual Haddad apresentou o ajuste fiscal em cadeia nacional.

O publicitário atuou não só na produção do pronunciamento como também na concepção do texto, sendo um dos idealizadores da mensagem, embora o ministro da Fazenda defendesse que a promessa de aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda só fosse apresentada depois do envio da proposta ao Congresso.

Após o pronunciamento, Sidônio acompanhou Haddad na reunião em que o ministro apresentou as medidas à bancada do PT, na sede do partido, em Brasília.

Já no governo, o atual ministro da Secom foi um dos defensores da revogação da instrução normativa que foi usada pela oposição para disseminação de fake news sobre taxação do Pix.

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