São Paulo
Chico Buarque e João Bosco escolheram um samba histórico da Império Serrano para a apresentação, na noite desta quarta-feira (19), no Show de Verão da Mangueira, no Rio de Janeiro.
Com “Heróis da Liberdade”, de 1969, a tradicional agremiação desafiou a ditadura militar ao exaltar os que lutaram pela liberdade na história do Brasil.
O samba antológico de Silas de Oliveira, Mano Décio da Viola e Manuel Ferreira chegou à avenida dois meses após a decretação do AI-5, ato institucional que marcou o período mais duro da ditadura militar.
Além do teor político, a escolha do samba soou como uma homenagem à Império Serrano, que perdeu as fantasias para o Carnaval 2025 no incêndio da Maximus Confecções, que foi destruída pelo fogo no dia 12 de fevereiro, em Ramos, na zona norte do Rio de Janeiro.
A Liga RJ decidiu que a Império Serrano e outras escolas afetadas não serão julgadas no Carnaval deste ano e vão desfilar sem possibilidade de rebaixamento ou ascensão ao grupo especial.
Rodrigo de Oliveira, uma das vítimas do incêndio, morreu após quatro dias de internação no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha.
Chico e Bosco cantaram também “Sinhá”, composição da dupla, um conto musical que narra a história de violência sofrida por um homem negro escravizado.
O Show de Verão da Mangueira contou também com apresentações de Alcione, Leci Brandão, Mariene de Castro, Pretinho da Serrinha e Xande de Pilares, além da Velha Guarda Musical e da bateria da escola.
O espetáculo foi criado em 1998, ano em que a Mangueira homenageou Chico e ganhou o campeonato. O evento já reuniu artistas como Maria Bethânia, Fafá de Belém, Elba Ramalho, Gal Costa e Maria Rita, em edições anteriores.
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