A União Europeia (UE) anunciou nesta quarta-feira (12) a imposição de contramedidas “rápidas e proporcionais” a importações dos EUA, em resposta às novas tarifas do governo de Donald Trump sobre o aço e o alumínio europeus.
No total, o prejuízo aproximado para Washington será de US$ 28 bilhões, conforme informou a própria Comissão Europeia.
Em comunicado, o bloco classificou as decisões de Trump como “injustificadas” e “perturbadoras”, argumentando que as ações do governo americano irão interferir diretamente na atividade de empresas e na vida dos consumidores, devido o aumento do preço dos produtos.
O Executivo da UE explicou que sua resposta às tarifas de 25% dos EUA sobre as importações desses metais de todo o mundo foi “cuidadosamente calibrada” e se baseia em uma abordagem em duas fases.
Primeiro, a Comissão permitirá que a suspensão das contramedidas vigentes de 2018 e 2020 contra os EUA expire em 1º de abril. Essas contramedidas têm como alvo uma série de produtos americanos em resposta aos danos econômicos causados às exportações de aço e alumínio da UE no valor de 8 bilhões de euros.
Depois, a Comissão propôs, em resposta às novas tarifas dos EUA que afetam mais de 18 bilhões de euros em exportações da UE, um pacote de novas contramedidas às exportações dos EUA, que devem entrar em vigor em meados de abril, após consultas com Estados-membros e partes interessadas.
Segundo a UE, as medidas pretendem “ser inteligentes e atingir onde dói”, razão pela qual estão sendo escolhidos produtos com “elevado valor adicionado e simbólico” para os EUA.
Alguns dos alvos estudados para a imposição de tarifas são a soja, a carne bovina e de frango. A UE pode negociar a compra de soja, por exemplo, com outros países, como o Brasil e Argentina.
Outros itens incluem produtos industriais e agrícolas, como aço e alumínio, têxteis, eletrodomésticos, plásticos e vegetais.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que “lamenta profundamente” a medida dos EUA. “As relações comerciais entre a União Europeia e os EUA são as maiores do mundo. Trouxeram prosperidade e segurança a milhões de pessoas, e o comércio criou milhões de empregos em ambos os lados do Atlântico”.
A Comissão Europeia ressaltou que está disposta a negociar com o governo dos EUA para encontrar uma solução para a questão aberta e as medidas anunciadas “podem ser revogadas a qualquer momento se tal solução for encontrada”.
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