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Bolsonaro em Copacabana: ato reúne apoiadores no Rio – 16/03/2025 – Poder


Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) começam a se reunir na manhã deste domingo (16) em Copacabana, zona sul do Rio Janeiro, para uma manifestação em apoio ao projeto de anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.

À espera do discurso do ex-mandatário, o grupo se concentra em trecho da avenida Atlântica, que margeia a praia. Bolsonaro chegou a falar em 1 milhão de pessoas no ato, mas aliados consideraram o número exagerado e não detalharam a expectativa de público.

Antes do início do ato, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse à imprensa que a manifestação seria “um passo importante para derrotar o alexandrismo”, em uma crítica ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). “Todos concordam que uma pena de 17 anos de prisão para quem depredou o patrimônio é um exagero”, disse ele.

Entre o público, muitos usam camisas com mensagens em referência aos presos pelos atos de 8 de Janeiro como “Liberdade já para os presos políticos”. Nas areias da praia de Copacabana foram fincados cartazes com figuras do bolsonarismo que seriam “perseguidas” pela justiça brasileira.

Bandeiras populares entre os manifestantes, vendidas por camelôs no local, fazem referência a inflação de produtos como carne, ovo e café, e pedem o retorno de Bolsonaro em 2026. Também há adereços com ataques a Alexandre de Moraes, “Fora Lula” e exaltando figuras da extrema direita internacional, como Elon Musk.

Temas recorrentes do bolsonarismo, como defesa da “família tradicional” e críticas à chamada “Ideologia de gênero”, também seguem mobilizando os apoiadores do ex-presidente . Um estande montado no local divulga material sobre “Orgulho hétero”, com a defesa se “valores cristãos”.

A percepção entre alguns manifestantes é de baixa adesão ao protesto. Segundo um apoiador, seria devido a um temor em se expressar que estaria se instalando entre simpatizantes do ex-presidente. “As pessoas estão com medo”, reclamou um bolsonarista.

Em frente ao hotel onde Bolsonaro está hospedado parlamentares bolsonaristas gravam vídeos e posam para fotos com apoiadores. Entre eles estão Zé Trovão, Sargento Fahur, Carlos Jordy, André Fernandes, e Padre Kelmon.

A manifestação deve atacar a acusação da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o ex-presidente na investigação da trama golpista após a eleição presidencial de 2022.

Além de Bolsonaro, outro nome aguardado neste domingo é o pastor Silas Malafaia, organizador do evento. Também está previsto discurso do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, e da vereadora de Fortaleza (CE) Priscila Costa (PL), vice-presidente do PL Mulher.

Ela deve falar no lugar da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que se recupera de uma cirurgia.

Bolsonaro conta com a presença no ato dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL).

Bolsonaristas tentaram incluir como mote do ato o impeachment do presidente Lula (PT), mas o ex-mandatário recalibrou a convocação para “fora Lula 2026” e “anistia já”.

O perdão aos condenados pelos atos de 8 de janeiro tem como objetivo final criar clima político para reverter, no futuro, a inelegibilidade do próprio Bolsonaro.

Ele foi condenado pela Justiça Eleitoral em dois processos e está impedido de concorrer até 2030. O ex-presidente insiste em se apresentar como candidato ao Palácio do Planalto em 2026, apostando em uma reversão jurídica de seus processos, ainda que sem qualquer perspectiva de mudança.

Um dos motivos da inelegibilidade foi a realização de uma agenda de campanha justamente em Copacabana em 2022. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) considerou que houve abuso de poder na realização do ato à época, durante as celebrações oficiais do Bicentenário da Independência.

Bolsonaro retornou a Copacabana para outra manifestação em abril do ano passado. À época, o ato foi marcado por uma elevação no tom das críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e ao então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).



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