Composta por mais de cem entidades em defesa da população negra, a Frente Povo Negro Vivo se reuniu no início da noite desta sexta-feira (21) no largo São Francisco, no centro de São Paulo, para se manifestar contra a violência policial e de Estado.
A concentração foi em frente à Faculdade de Direito da USP, onde discursaram lideranças como o professor Claudinho Silva, ex-ouvidor da Polícia de São Paulo.
Em seguida, o grupo se dirigiu para a frente da sede da SSP (Secretaria da Segurança Pública), que fica no mesmo largo e foi isolada por agentes da força tática da Polícia Militar.
Os manifestantes chegaram entoando o grito “Povo negro unido é povo negro forte, que não teme a luta, que não teme a morte”.
O protesto foi escolhido para esta sexta porque 21 de março é o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, proclamado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em homenagem às pessoas que lutaram pelo fim da Lei do Passe na África do Sul, legislação que obrigava negros a portar um cartão que identificava os locais que podiam frequentar.
No dia 21 de março de 1960, cerca de 20 mil protestaram nas ruas de Joanesburgo contra a lei. A reação da polícia deixou 186 feridos e 69 mortos, no que ficou conhecido como o massacre de Shaperville.
Antes da manifestação desta sexta, organizações do movimento negro paulista protocolaram na Alesp (Assembleia Legislativa) o pedido de impeachment do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite. Segundo as redes sociais da Frente Povo Negro Vivo, “o documento tem como objetivo denunciar a violência policial e de Estado que atinge, de forma desproporcional, corpos negros e periféricos”.
“Os dados são alarmantes: apenas no estado de São Paulo, 673 pessoas foram mortas pela Polícia Militar em 2024, a maioria negra. Esses números refletem um padrão estrutural de violência racial e discriminatória, que tem se intensificado sob o governo de Tarcísio e a gestão da SSP de Derrite”, diz a nota no Instagram da frente.
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