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EUA:Agentes de imigração prendem aluna da Turquia em Tufts – 26/03/2025 – Mundo


Uma estudante internacional de um programa de pós-graduação da Universidade Tufts, em Massachussets, foi detida por agentes federais dos Estados Unidos na terça-feira (25), do lado de fora de um prédio residencial fora do campus, segundo o reitor da universidade e uma advogada que a representa.

A estudante, Rumeysa Ozturk, é cidadã turca, possuía um visto de estudante válido como doutoranda em Tufts, de acordo com um comunicado de sua advogada, Mahsa Khanbabai. Ozturk, que é muçulmana, estava saindo para quebrar seu jejum de Ramadã com amigos na noite de terça quando foi detida por agentes do Departamento de Segurança Interna perto de seu apartamento em Somerville, disse Khanbabai.

“Não sabemos seu paradeiro e não conseguimos entrar em contato com ela”, afirmou a advogada. “Até onde sabemos, nenhuma acusação foi formalizada contra Rumeysa.”

Um porta-voz da Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP), que faz parte do departamento, não respondeu imediatamente às perguntas sobre o caso na quarta-feira (26).

Os administradores de Tufts foram informados de que o visto da estudante havia sido cancelado, escreveu o reitor da universidade, Sunil Kumar, em um email enviado a alunos, funcionários e professores na noite de terça. No comunicado, disse que a universidade estava “buscando confirmar se essa informação é verdadeira”.

Na noite de terça, a juíza Indira Talwani, do Tribunal Distrital dos EUA em Massachusetts, ordenou que Ozturk não fosse transferida para fora do estado sem aviso prévio por escrito por parte do governo. A ordem de Talwani indicava que Ozturk havia solicitado que um juiz determinasse a legalidade de sua detenção.

A petição judicial de Ozturk nomeou como réus Patricia Hyde, diretora interina do escritório em Boston do ICE, o serviço de imigração dos EUA, e outros funcionários da agência.

O reitor também escreveu no email que a administração de Tufts não tinha conhecimento prévio do plano para deter a estudante e não compartilhou informações com as autoridades federais antes da operação. “Sabemos que a notícia desta noite será angustiante para alguns membros de nossa comunidade, especialmente para a comunidade internacional”, escreveu Kumar.

Ozturk foi listada como uma das autoras de um artigo de opinião publicado em março passado no jornal estudantil de Tufts. O texto criticava os líderes da universidade por sua resposta às demandas para que Tufts “reconhecesse o genocídio palestino” e cortasse o financiamento de empresas com ligações com Israel.

Ela é uma das várias estudantes que foram alvo de ordens de deportação pelo governo Trump. No início deste mês, Mahmoud Khalil, recém-formado pela Universidade Columbia e líder de manifestações pró-Palestina no campus, foi preso por agentes federais de imigração em Nova York. Embora não tenha sido acusado de nenhum crime, o governo Trump argumenta que ele deveria ser deportado para evitar a disseminação do antissemitismo.

Em Tufts, o email do reitor recordou aos alunos o “protocolo estabelecido da universidade para responder a agentes governamentais que chegam ao campus (ou fora dele) para uma visita inesperada”, incentivando-os a entrar em contato com a polícia universitária nessas situações.

Com a ressalva de que o motivo da detenção de Ozturk ainda não é conhecido, Tyler Coward, advogado da Fundação para Expressão e Direitos Individuais (Fire, na sigla em inglês), afirmou que tentar deportar estudantes com base em suas opiniões ou ativismo mina o compromisso dos EUA com a liberdade de expressão. “Representa uma escalada preocupante em um ambiente já tenso para estudantes universitários que estão nos EUA com vistos estudantis”, disse.

Enquanto estudava psicologia na graduação na Universidade Istanbul Sehir, Ozturk trabalhou de perto com a professora Fatima Tuba Yaylaci, tanto no laboratório de psicologia quanto como assistente estudantil. Ozturk tinha interesse no desenvolvimento infantil e em como as crianças entendem conceitos como vida e morte, disse a professora.

“Ela é uma pessoa que não faria mal a ninguém”, afirmou Yaylaci em entrevista na quarta-feira. “Ela é extremamente sensível aos direitos humanos, a não machucar as pessoas, à diversidade. É alguém que quer incluir todos.”

A professora disse que nunca discutiu a questão palestina com Ozturk durante o tempo em que trabalharam juntas, antes de a estudante receber uma bolsa e ingressar no mestrado ma Universidade Columbia, onde se formou em 2020. “Seu relacionamento com as pessoas era muito bom, mas ela não era do tipo ativista ou líder política”, afirmou Yaylaci.

“Este é um dia muito difícil para mim também, estou muito triste”, disse Yaylaci. “Espero que essa situação se resolva. Ela é uma pesquisadora muito valiosa tanto para as crianças da Turquia quanto dos EUA.”

O site Canary Mission, um grupo que diz combater o ódio contra judeus nos campi universitários, publicou uma foto de Ozturk, identificando-a como estudante de Tufts e afirmando que ela “se envolveu em ativismo anti-Israel em março de 2024”, possivelmente em referência ao artigo de opinião que escreveu. Ativistas pró-Palestina acusam o grupo de expor suas identidades, tornando-os alvos de assédio.

O presidente Donald Trump assinou um decreto em 29 de janeiro afirmando que seu governo tomaria medidas para combater o antissemitismo, inclusive nos campi universitários. A ordem estabelece como política dos EUA o uso de “todas as ferramentas legais disponíveis e apropriadas”, incluindo a expulsão de estrangeiros que participem de “assédio e violência antissemitas ilegais”.

“Ninguém deveria simplesmente desaparecer das ruas de Somerville —ou de qualquer outro lugar dos Estados Unidos”, disse Jessie Rossman, diretora jurídica da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) de Massachusetts, nesta quarta-feira (26). “Todos deveriam estar alarmados com o vídeo que mostra Ozturk sendo algemada e levada por agentes. O governo deve libertá-la imediatamente para seus amigos e sua comunidade em Massachusetts.”



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