A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil, Tatiana Prazeres, alertou nesta quinta-feira (27) que o comércio global corre o risco de ser “transformado em arma”, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar tarifas sobre automóveis.
Prazeres disse que as tensões na OMC (Organização Mundial do Comércio) devem se intensificar ainda mais antes de qualquer perspectiva de melhora. “Não precisávamos acordar com o que foi anunciado ontem à noite”, afirmou a secretária sobre a decisão de Trump de impor uma tarifa de 25% sobre carros, caminhões e peças importados pelos Estados Unidos.
Prazeres, que estava falando por meio de um link de vídeo em uma conferência sobre comércio global no think tank Chatham House, em Londres, também criticou a abordagem cada vez mais agressiva que está sendo adotada por países como os EUA.
“O que vemos hoje é que o comércio está sendo usado como uma ferramenta de poder, portanto, há um grande risco de que o comércio se torne cada vez mais uma arma”, acrescentou. “Não sabemos aonde isso vai nos levar.”
Por sua vez, o Brasil continua comprometido tanto com o multilateralismo quanto com a OMC, disse ela.
“Não creio que neste momento tenhamos a oportunidade de promover grandes mudanças”, informou Prazeres, referindo-se ao sistema de comércio global. “Acho que pode piorar antes de melhorar”.
Ela também disse que o Brasil está procurando construir novas “coalizões” comerciais e “defender nossas relações comerciais baseadas em regras com países que estejam dispostos a fazê-lo”.
“Estamos buscando expandir nossa rede de acordos comerciais”, afirmou ela, destacando como exemplo o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.
“Estamos dispostos a promover regras baseadas no comércio, estamos dispostos a buscar previsibilidade e estabilidade.”
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