Ex-presidente do PT, o deputado federal Rui Falcão (SP) anunciou, nesta quarta-feira (9), sua candidatura ao comando do partido, em oposição ao ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva, que é o preferido do presidente Lula para o cargo.
O deputado aponta como semente de sua candidatura uma carta encaminhada aos militantes em que defendeu um PT vigoroso e aguerrido que “enfrente a direita não com flores”. Ele diz que daí nasceu um manifesto em favor de seu nome.
“Você não combate o fascismo, como dizem que nós estamos aqui no fascismo, com flores. Você combate com mobilização social, com luta”, disse ele, que lançará oficialmente a candidatura na segunda-feira (14), em São Paulo.
Questionado sobre a possibilidade de voltar atrás a pedido de Lula, Falcão lançou dúvidas sobre uma iniciativa do presidente nesse sentido. O deputado diz que não há problemas em conversar com o presidente e está empenhado na reeleição dele, “a maior liderança que nós temos”.
Ele afirmou ainda que não é uma candidatura contra Lula, nem em desafio ao presidente, até porque não ouviu dele uma manifestação em prol de outro candidato. “Eu acho que ele tem o maior respeito pelos militantes do PT, pela minha história. Tenho dúvidas se ele me chamaria para tentar me dissuadir”, disse.
Falcão conta com apoio de deputados federais para a eleição interna do partido. Como Edinho tem enfrentado resistência dentro da ala que integra —a CNB (Construindo um Novo Brasil)—, a expectativa é que o lançamento de candidaturas leve a disputa para um segundo turno.
Em 2022, o deputado foi um dos coordenadores da campanha de Lula à presidência, ao lado de Edinho e do hoje ministro da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), Sidônio Palmeira.
Escalado pelo próprio Lula, ele também articulou a volta da ex-prefeita Marta Suplicy ao PT, em um acordo que a alçou à vice de Guilherme Boulos (PSOL) na corrida pela Prefeitura de São Paulo, em 2024.
Ele foi um dos três deputados do PT que votaram contra a Proposta de Emenda à Constituição que integra o pacote de ajuste fiscal enviado pelo governo Lula (PT) ao Congresso no início do mês para tentar melhorar as contas públicas.
Rui Falcão já presidiu o partido anteriormente, sendo antecessor de Gleisi Hoffmann, que assumiu o comando da sigla em 2017.
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