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Por que surgiu a desconfiança de que a milionária tcheca era espiã?


O desaparecimento da milionária tcheca Dana Edita Fisherova de Teffé, aos 40 anos, em 29 de junho de 1961, permanece como um dos grandes mistérios não resolvidos do Brasil. A última pessoa a ser vista em sua companhia foi o advogado Leopoldo Heitor de Andrade Mendes, responsável pela administração de seus bens após a separação amigável do diplomata Manuel Antônio de Teffé. Por essa razão, Leopoldo tornou-se o primeiro suspeito investigado pela Polícia Civil.

Em sua terceira e última versão apresentada às autoridades, o caso assumiu contornos de conspiração internacional: Dana teria sido sequestrada durante o trajeto entre o Rio de Janeiro e São Paulo, na Rodovia Presidente Dutra, aproximadamente na metade do percurso. Segundo Leopoldo, os sequestradores falavam um idioma que ele não compreendia, alimentando a hipótese de que Dana pudesse ser uma espiã da Guerra Fria. Essa narrativa, somada a outros elementos, fortaleceu a suspeita de que a milionária integrava uma rede de espionagem internacional.

Veja outros fatores que sustentaram essa versão:

  • Origem e desaparecimento da família durante o nazismo

Dana nasceu em 1921, na então Tchecoslováquia, em uma família judia. Durante a ocupação nazista, seus pais foram levados para um campo de concentração, e os registros sobre como ela sobreviveu são imprecisos. Esse passado sombrio e envolto em mistério contribuiu para as especulações sobre seu envolvimento com atividades clandestinas.

  • Casamentos com pessoas influentes em países diversos

Ao longo de sua vida, Dana foi casada com o militar e político fascista, Ettore Muti, na Itália; Alberto Díaz, dentista renomado na Espanha; Carlos Denegri, jornalista no México; e Manuel de Teffé, diplomata brasileiro.

A milionária tinha dois passaportes, um mexicano, outro espanhol. Todos com carimbos de vários países: Itália, Espanha, México, Brasil e outros.

A tcheca dominava seis idiomas — inglês, espanhol, italiano, tcheco, português e alemão — e tinha conhecimentos de russo. Além disso, era bailarina clássica, concertista e produtora cultural, daí, seu vasto conhecimento. Na Itália, trabalhou num teatro. Essas habilidades são frequentemente associadas a perfis de espiões, capazes de se infiltrar em diferentes ambientes sociais.

  • Divulgação de supostas fake news

A imprensa popular da época explorou o sumiço de Dana, publicando matérias que sugeriam ligações dela com espionagem internacional. Em algumas publicações, chegaram a atribuir o título de “espiã secreta russa”, influenciando a opinião pública e perpetuando o mistério em torno de sua figura.



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