Cibele Larrama está no ar na reprise de “A viagem” como Maria, a babá da filha de Diná (Christiane Torloni). Ela conta que a novela, já reexibida outras vezes, foi um marco para sua carreira.
— Foi uma novela muito gostosa de fazer, logo após minha estreia em “Mulheres de areia.” Eram os mesmos diretores e autoras, então eu já estava meio em casa. Era um elenco bem feliz e unido. Foi uma experiência ótima. É uma trama cheia de curvas, com muito poder humano, falávamos muito da humanidade. Acho que por isso faz tanto sucesso até hoje.
A novela também marcou uma mudança em sua vida. A partir do trabalho, ela se aproximou do kardecismo.
— É uma novela que traz essa sabedoria da doutrina espírita, que na época não era falada. Eu não tinha conhecimento e nunca tinha estudado, mas com a trama absorvi muita coisa. Sempre gostei, mas comecei a estudar em 2014. A novela me abriu esse interesse. Queria me aprofundar e entender sobre vida após a morte. Me apaixonei e decidi entrar em um centro kardecista — conta.
Além da carreira de atriz, Cibele hoje tem outra profissão:
— Comecei uma jornada por causa do kardecismo e por querer ajudar as pessoas. Estudei reiki, cromoterapia, barras de access, florais. Hoje, além de atriz, sou terapeuta holística. Fiz mestrado, sou professora e tenho uma sala para atender clientes. Nunca pensei que teria outra paixão além de atuar. Tudo começou com o aprendizado de “A Viagem”, que despertou essa curiosidade.
Afastada da TV desde 2014, quando fez “Milagres de Jesus” (Record), ela diz que não abandonou a carreira de atriz. Durante esses anos, Cibele se dedicou a outros projetos:
— Fiquei um período longe da profissão, mas sempre estudando e me atualizando. Foi também o tempo que estava ajudando na formação dos meus filhos, com 21 e 26 anos. Voltei e fiz peças de teatro, rodei “A Flor da Gigóia,” um filme independente. Agora, quero muito fazer um monólogo. Estou pesquisando textos.
Sua passagem pela Record foi marcada por um acidente no set da minissérie “Rei Davi”. A cena mostraria sua personagem pegando fogo no rosto. Ela revela como o episódio ocorreu.
— Nunca falei sobre isso. Era um momento muito delicado, tinha acabado de ser queimada. Não me interessou ser conhecida por uma coisa negativa. Em uma cena, o diretor-geral pediu que amarrasse pólvora no meu corpo para um efeito maior, mas a cena não pedia esse efeito. A produção sempre providenciava todo um aparato, mas, dessa vez, foi improviso e não deu certo. Eu fiz como atriz obediente. Pegou fogo e queimei uma parte do corpo.
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Ela esclarece que não abandonou a carreira por causa desse acidente:
— No hospital, acharam que eu tinha queimado o rosto inteiro, mas era maquiagem. Queimei uma parte em terceiro e segundo grau. Sou positiva e tenho fé, mas foi um grande susto. Em 45 dias, o médico ficou impressionado com minha evolução. A Record perguntou se eu queria ficar até o fim da minissérie, e eu disse que sim, porque estava viva. Podia ter morrido, não foi brincadeira. Ter queimado só uma parte foi um milagre. Foi uma fatalidade, todos sofreram, os responsáveis e eu. Entendemos que acidentes acontecem. Rapidinho, fiquei curada e não vivo reclusa, como pensam. Houve várias especulações na época. É a primeira vez que falo sobre isso publicamente.
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