O distanciamento das crianças em relação à natureza não aconteceu de uma vez: foi um processo gradual, silencioso e profundamente enraizado em mudanças sociais, tecnológicas e urbanas. A expansão das cidades, a insegurança nas ruas, a rotina acelerada dos adultos e o aumento do tempo de tela criaram uma combinação potente que encurtou drasticamente o espaço e os momentos dedicados ao brincar ao ar livre. “Nos últimos 50, 60 anos, o território das crianças encolheu. Antes, elas iam sozinhas à rua, à praça, brincavam com liberdade. Hoje, muitas estão confinadas dentro de casa e, mais ainda, em uma telinha de 5 por 10 centímetros. A natureza virou um lugar de exílio”, diz o pediatra Daniel Becker.

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