By: in9web | Marcos Pastor
quarta-feira , 5 novembro 2025
| Reage Itabuna | Marcos Pastor
Lar Economia a chance do Brasil na disputa entre China e EUA
Economia

a chance do Brasil na disputa entre China e EUA


O Brasil, dono da segunda maior reserva de terras raras do planeta, tornou-se peça-chave na disputa tecnológica e energética entre China e EUA. A crescente demanda por esses minerais, essenciais para veículos elétricos e defesa, coloca o país em uma posição inédita de poder, mas com riscos.

O que são terras raras e por que são tão importantes? 

São um grupo de 17 minerais valiosos para a indústria de alta tecnologia. Eles são fundamentais para a fabricação de produtos como turbinas eólicas, carros elétricos, smartphones e até mísseis guiados. Com a transição energética e a corrida tecnológica, a procura por esses minerais deve crescer sete vezes até 2040, tornando quem os controla um ator central na nova economia global.

Como a China conseguiu dominar esse mercado? 

A China domina o setor por meio de uma estratégia de Estado de longo prazo, controlando hoje cerca de 60% da extração e quase 90% do refino mundial desses minerais. O país investiu pesado em tecnologia e na formação de cientistas, criando um ecossistema industrial completo. Esse monopólio permite que Pequim use as terras raras como uma ferramenta de pressão econômica e geopolítica.

Qual é a estratégia dos EUA nesse cenário? 

Os Estados Unidos buscam diversificar suas fontes para reduzir a dependência da China, o que é visto como uma questão de segurança nacional. A estratégia é o friendshoring, que significa fortalecer parcerias com aliados democráticos e confiáveis. O Brasil surge como um candidato natural para suprir parte dessa nova demanda americana devido às suas vastas reservas e estabilidade política.

O que torna as reservas do Brasil tão especiais? 

Além do grande volume, o Brasil possui depósitos de terras raras em argilas iônicas, especialmente em Minas Gerais. Esse tipo de reserva é mais fácil e barato de processar, exigindo menos químicos e gerando menor impacto ambiental, sem a necessidade de grandes barragens de rejeitos. Essas vantagens tornam os projetos brasileiros muito atraentes para investidores internacionais.

Qual é o principal risco para o Brasil nessa disputa? 

O grande risco é o país se limitar a exportar a matéria-prima bruta, que tem baixo valor, enquanto outros países lucram com o refino e a industrialização. O Brasil ainda não possui tecnologia e plantas industriais para processar os minerais e fabricar produtos de alto valor, como os ímãs permanentes. Sem uma política industrial clara, o país pode repetir o erro histórico de vender suas riquezas a preço baixo.

VEJA TAMBÉM:



Source link

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Economia

Governo aprova novas taxas e aumenta gastos públicos

O cenário econômico é marcado por um forte avanço do governo sobre...

Economia

Apesar de química e afagos, Brasil segue com tarifas de 50%

Após mais de um mês do encontro em que rolou uma “química”...

Economia

Renan Calheiros ajuda governo a taxar fintechs e bets

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está prestes...

Economia

BC deve manter juros com inflação e risco fiscal

O Banco Central (BC) deve manter a taxa Selic em 15% ao...