Não é de hoje que a Fifa é chegada num ditador.
Na Argentina, em 1978, a Copa do Mundo foi disputada sob a sangrenta ditadura comandada pelo general Jorge Rafael Videla, que morreu em 2013, na privada de sua cela, de diarreia aguda.
Verdade que a escolha aconteceu 12 anos antes, quando outro ditador ocupava o posto, o general Juan Onganía.
Mais recentemente, as Copas de 2018, na Rússia de Vladimir Putin, e de 2022, no Qatar de Hamad bin Khalifa Al-Thani, que depôs o pai, também foram disputadas sob governos que estão longe de ser democráticos.
Em 2034 está prevista a Copa na Arábia Saudita do esquartejador Mohammad bin Salman.
Ambientes nos quais não cabem manifestações do estilo “Não vai ter Copa”, como no Brasil, em 2014.
A próxima, no ano que vem, será nos Estados Unidos, México e Canadá.
Daqui até lá muito água haverá de correr sob as pontes cada vez mais tensas desde que Donald Trump assumiu a Presidência estadunidense e passou a ameaçar seus vizinhos da América do Norte com taxações enlouquecidas, decretação de emergência na fronteira mexicana e eventual anexação do Canadá como 51º estado dos EUA.
Diga-se que cumpre as promessas feitas na campanha eleitoral que o reconduziu ao poder em vitória indiscutível nas urnas da dita maior democracia do mundo.
Não cabe aqui discutir a respeito dos conceitos sobre a democracia burguesa e a influência dos trilhardários sobrinhos de Tio Sam nos resultados eleitorais.
O quanto Trump blefa, avança, recua, confunde, o futuro dirá sobre o Chacrinha alaranjado que pelo simples fato de duvidar das vacinas deveria escandalizar as pessoas de bom senso, para não falar de assédios sexuais, condenações etc.
Gianni Infantino, o presidente da Fifa, estava todo pimpão e em lugar de destaque na posse de Trump.
Sorridente, talvez não passasse por sua cabeça o que viria em seguida, porque as chances de haver confusão na Copa dos três países aumentaram consideravelmente.
Como será a movimentação nas fronteiras do trio? E as hostilidades contra os estadunidenses?
O hino nacional mais tocado no mundo esportivo, The Star-Spangled Banner, de maneira inédita, foi executado sob vaias nos últimos dias nos ginásios canadenses que abrigaram jogos de basquete, da NBA, e de hóquei no gelo, entre equipes dos dois países.
O megaevento do futebol, se ainda não subiu no telhado, deve se acautelar para que ninguém ponha escadas em seus gramados.
Sem esquecer que também as Olimpíadas serão disputadas nos States, mais precisamente em Los Angeles, em 2028.
Em 1984, também em LA, os Jogos foram boicotados pelos países da então órbita soviética como retaliação ao boicote em Moscou-80.
Viveremos de novo, mais de quatro décadas depois, o mesmo ambiente?
O mundo anda para trás?
Nem a Copa nem os Jogos Olímpicos são mais importantes que as consequências de tantos outros atos e ameaças assustadoramente fascistoides de Trump e seus red caps, dirão a rara leitora e o raro leitor, cobertos de razão.
Enquanto isso, os chineses tudo veem, na deles.
Não ameaçam ninguém, estendem as mãos aos países mais pobres, não invadem nação alguma, não entram em guerras.
Será o capitalismo selvagem mais perigoso que o comunismo?
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