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A experiência é relativa – 29/03/2025 – Tostão


Enfim, até os ufanistas e os que adoram escalar muitos atacantes descobriram o óbvio: que não dá para enfrentar fortes seleções, como a da Argentina, com apenas dois jogadores no meio-campo, isolados, desconectados do ataque e da defesa. Essa formação costuma funcionar contra adversários bastante inferiores e que só vão se defender para tentar contra-atacar.

As partidas contra a Colômbia e a Argentina mostraram mais uma vez algumas deficiências individuais da seleção; nas laterais, no meio-campo e na posição de centroavante. O consolo é que todas as outras grandes seleções possuem problemas.

A história se repete. O 4×1 é parecido com o 7×1 contra a Alemanha. O Brasil tinha também muitos atacantes e apenas dois no meio-campo, perdidos, sem marcar e sem construir. Se a Argentina tivesse Messi e não ligasse para o olé da torcida, poderia ter feito mais três gols. Alemanha e Argentina, com muitos meio-campistas, passearam em campo. As duas seleções trocavam passes, ficavam com a bola e avançavam em bloco.

A história se repete. O Brasil foi eliminado da Copa do Mundo de 2022 pela Croácia porque teve um apagão no final do jogo, falhou na cobrança de pênaltis e porque, durante a partida, assistiu à Croácia trocar passes com seus brilhantes meio-campistas contra apenas dois jogadores do Brasil no meio-campo. Além disso, Paquetá ia para o ataque e deixava Casemiro sozinho.

Naquela Copa, ao eliminar a Croácia, a Argentina usou a mesma formação que teve contra o Brasil na terça-feira passada (25), com um volante centralizado e uma linha de três meio-campistas à frente do volante, além de Messi entre os quatro e o centroavante. Contra o Brasil, Almada substituiu Messi.

Aliás, uma das qualidades da Argentina é variar o desenho tático desde o primeiro jogo da Copa de 2022, de acordo com o momento e o adversário. Já a seleção do Brasil, assim como a maioria dos times brasileiros, joga quase sempre no mesmo esquema, com dois volantes, um meia ofensivo centralizado, dois pontas e um centroavante.

Os treinadores brasileiros, desde as categorias de base, procuram pelos meias de ligação (camisa 10) e pelos pontas rápidos e dribladores e esquecem de formar os meio-campistas que atuam de uma intermediaria à outra, que marcam, constroem e atacam. Confundem os meio-campistas com os meias ofensivos. Como os grandes times europeus são compactos, não há necessidade de ter o meia de ligação apenas para criar jogadas. Os meio-campistas marcam como volantes e avançam como meias.

A seleção e os times brasileiros ainda não conseguem fazer de rotina, durante toda a partida, a pressão em todo o campo sobre quem está com a bola e sobre quem vai recebê-la. A seleção não jogou e deixou a Argentina jogar.

Está na hora de a seleção mudar. É preciso reinventar novos caminhos. A experiência é relativa. Repetir durante anos os mesmos conceitos e condutas é um vazio, um atraso.

Parafraseando o escritor Pedro Nava, a experiência é como um farol de um automóvel voltado para trás. À frente continua tudo escuro.

Há muitas boas opções para comandar a seleção brasileira. Prefiro o conhecimento técnico e o inconformismo do jovem Filipe Luís.


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