O deputado federal Jorge Goetten (Republicanos-SC) afirmou nesta segunda-feira (10) que pedirá o afastamento do presidente da Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), João Fukunaga, após o Tribunal de Contas da União (TCU) autorizar uma auditoria para analisar a perda de R$ 14 bilhões na entidade.
A auditoria foi aprovada pelos ministros do TCU, em caráter de urgência, na última quinta-feira (6). A decisão ocorreu com base nos resultados obtidos em 2024, que mostram um resultado negativo no Plano 1 do fundo de pensão, entre janeiro e novembro do ano passado.
Nos anos anteriores, em 2023 e 2022, o resultado para o mesmo período foi positivo em R$ 5,6 bilhões e R$ 5 bilhões, respectivamente.
Em uma publicação nas redes sociais, o deputado Goetten diz que avisou sobre os riscos e prejuízos na Previ, e que em 2024, apresentou uma representação ao TCU pedindo o afastamento de João Fukunaga da presidência do órgão. No entanto, o pedido de afastamento foi negado pelo tribunal, após o relator do caso apontar que os critérios exigidos para a nomeação foram atendidos e por isso julgou o pedido improcedente.
“Sua nomeação, sem experiência em gestão ou finanças, colocou em risco um fundo de bilhões de reais que pertence aos trabalhadores. Agora, as consequências começam a aparecer. Sigo acompanhando de perto e cobrando responsabilidade com o dinheiro de quem contribuiu a vida inteira’, escreveu o parlamentar.
Agora, Goetten tenta um novo pedido de afastamento com base no “rombo bilionário” apresentado em 2024. De acordo com o deputado, o prejuízo na Previ reforça a falta de capacitação necessária do presidente.
“Os números estão confirmando que, à frente desse fundo, o fundo mais importante da América Latina, está uma pessoa despreparada, sem as competências necessárias para gerir. Nós estamos falando de mais de um quarto de trilhão de reais, em torno de 250 a 300 milhões de reais”, declarou Goetten à CNN Brasil.
Apesar da negativa anterior, Goetten está confiante de que o relator da auditoria, ministro Walton Alencar, irá reconsiderar o novo pedido de afastamento.
“O Tribunal de Contas está fazendo seu papel. No ano passado ele não aceitou meu pedido de afastamento do Fukunaga, mas, mesmo assim, abriu uma auditoria para fiscalizar com lupa a governança da Previ. Minha assessoria jurídica está preparando uma peça. Vou apresentar um pedido de reconsideração ao TCU, para que imediatamente o gestor, o Fukunaga, seja afastado de suas funções. A ideia é colocar um interventor, alguém capacitado para gerir bilhões, que são do povo brasileiro e especialmente do aposentado da Previ”, afirma Goetten.
Convocação de Fukunaga e CPI da Previ
Com a abertura de uma auditoria na Previ, a bancada da oposição no Congresso tenta articular a criação de uma CPI para investigar o caso. Um dos congressistas na articulação para a criação da CPI é o senador Izalci Lucas (PL-DF), que deve intensificar nesta semana o recolhimento de assinaturas.
Além da CPI, alguns parlamentares também avaliam a convocação de Fukunaga para prestar esclarecimentos na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). O requerimento deve ser analisado no retorno das comissões, após a eleição dos novos presidentes dos colegiados.
A Previ é o maior fundo de previdência da América Latina, administrando cerca de R$ 200 bilhões e atendendo quase 200 mil participantes. Fukunaga assumiu a presidência em 2023, com mandato até maio de 2026.
Em nota à Imprensa, a Previ declarou que os planos estão em equilíbrio. Admite uma grande volatilidade em 2024, mas afirma que não há “risco de equacionamento, nem de pagamento de contribuições extraordinárias pelos associados ou pelo Banco do Brasil (BB)”.
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