A senadora e ex-ministra da Mulher Damares Alves (Republicanos-DF) afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), agora réu por tentativa de golpe de Estado por decisão da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), sabe que o problema dele é grave.
Damares defende a inocência de Bolsonaro, mas diz que as decisões do Supremo estão “viciadas” e que o ex-presidente sabe quem é o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Segundo ela, Bolsonaro vai esperar com “coragem e de cabeça erguida” a decisão final do STF.
“Bolsonaro é um homem forte, ele é um homem destemido, ele estava animado, bem, e ele sabe do tamanho do problema. Ele não está sublimando, ele sabe que é grave e sabe do papel dele nessa história toda”, disse a senadora à Folha após o resultado nesta quarta-feira (26).
“Ele sabe quem é o Alexandre de Moraes, ele sabe quem é o Supremo. Vocês acham que essas decisões não estão viciadas? Com base nas decisões anteriores todas, que estão demonstrando vícios e mais vingança do que justiça, ele sabe que o problema é grave, que isso pode ser aplicado a ele também.”
Aliada de primeira hora de Bolsonaro, Damares esteve com o ex-presidente durante a sessão do STF na manhã desta quarta. Bolsonaro acompanhou o julgamento pela TV no gabinete do filho mais velho, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), no Senado.
Damares diz que “tudo é possível” nos próximos meses, inclusive a prisão de Bolsonaro. Perguntada se o ex-presidente está ciente dessa possibilidade, a ex-ministra reafirmou que ele sabe que o problema é grave e disse temer a reação “do povo”.
“Ele vai encarar com muita sabedoria tudo isso. E eu só temo como o povo vai encarar. Não ele, o povo”, diz. “Metade do Brasil votou nele. Automaticamente metade do Brasil ama Bolsonaro. E você acha que metade da nação vai se conformar, se observar que tem mais vingança que justiça? É incontrolável isso.”
Com a decisão do Supremo, além de Bolsonaro, serão tornados réus Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-chefe da Abin), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil e da Defesa).
Eles são acusados pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado. Somadas, as penas máximas podem passar de 40 anos de prisão.
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