O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acompanha o julgamento da trama golpista na Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) com a principal condecoração do Exército Brasileiro presa na lapela do terno.
Bolsonaro recebeu a medalha de Pacificador com Palma no fim de 2018 por uma ação de 40 anos antes, em 1978, quando Bolsonaro ajudou a retirar de uma lagoa um soldado que se afogava durante exercício militar.
Bolsonaro é acusado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) de pressionar os chefes das Forças Armadas a dar um golpe de Estado após a vitória de Lula (PT) na eleição presidencial de 2022.
O comandante do Exército da época, general Freire Gomes, foi contra a conspiração. Seis generais do Alto Comando de 2022 relataram à Folha, sob reserva, que as pressões golpistas de Bolsonaro e aliados foram motivo de instabilidade na Força após as eleições presidenciais.
Os ex-chefes da Aeronáutica e do Exército foram os responsáveis por confirmar, em depoimento, que Bolsonaro os consultou sobre um decreto golpista em dezembro de 2022.
A condecoração de Pacificador com Palma é oferecida aos militares que, em tempo de paz, tenham realizado “atos pessoais de abnegação, coragem e bravura, com risco de vida”. Na concepção do comando do Exército, Bolsonaro arriscou sua própria vida para salvar o colega.
A Folha revelou no último ano a íntegra do processo interno do Exército que culminou com a entrega da medalha a Bolsonaro. Os documentos mostram que, diante do hiato entre o “ato heroico” e a entrega da condecoração, o ex-presidente precisou da benevolência do ex-comandante do Exército Enzo Martins Peri para conseguir a honraria militar.
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.
Deixe um comentário