O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acompanha no STF (Supremo Tribunal Federal) o julgamento que pode torná-lo réu por tentativa de golpe. Ele chegou à sala da Primeira Turma da corte nesta manhã sem dar declarações, cumprimentou advogados e se sentou na primeira fila.
Bolsonaro chegou a Brasília nesta terça-feira (25). No aeroporto, comentou o caso que corre contra ele e disse esperar justiça.
“A gente sempre espera justiça. Eu estou bem. Não tem nada que se fundamenta nas acusações feita de forma parcial pela PF [Polícia Federal]”, disse a jornalistas.
“Os advogados vão levantar tese de novo sobre foro. Onde Lula foi julgado? Primeira instância. Há pouco, mudou-se o entendimento de foro, para exatamente eu ficar na Primeira Turma”, afirmou.
Deputados do PL chegaram à corte para acompanhar o julgamento depois do início da sessão. Pelo horário, conforme o presidente da turma Cristiano Zanin havia determinado, foram encaminhados para a sala da Segunda Turma.
Ao menos Paulo Bilynskyj (SP), Zé Trovão (SC), Zucco (RS), Maurício do Vôlei (MG) e Caveira (PA) estão na corte. Também está presente o deputado Evair de Melo (PP-ES). Somente Mario Frias (SP) já estava no prédio antes do horário previsto e entrou na Primeira Turma.
O ex-desembargador e advogado do ex-assessor de Assuntos Internacionais de Bolsonaro, Sebastião Coelho, também foi orientado a assistir ao julgamento na Segunda Turma. Segundo informações do STF, ele não se credenciou previamente para participar. Martins não está entre os acusados cujas denúncias estão sob análise nesta terça.
Ao chegar, Bolsonaro cumprimentou advogados presentes e se sentou na primeira fila do plenário, entre Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno, seus defensores. Segundo o STF, ele não avisou a segurança da corte que assistiria à sessão presencialmente.
A Primeira Turma do Supremo começou nesta terça-feira (25) o julgamento que pode tornar o ex-presidente réu sob acusação de liderar uma tentativa de golpe de Estado em 2022.
A defesa de Bolsonaro argumenta que o ex-presidente, por ter deixado o cargo, deveria ser julgado na primeira instância da Justiça, não no Supremo. Uma tese alternativa seria o julgamento no plenário do STF, onde haveria expectativa de votos favoráveis a Bolsonaro, ainda que as chances de uma vitória fossem remotas.
Ao fazer declarações no aeroporto, Bolsonaro também mencionou a falta de acesso dos seus advogados à integralidade dos autos da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. Apesar de criticar o processo, ele não arriscou um placar: “Vou esperar”.
A sessão da Primeira Turma ocorre nesta terça-feira após um trâmite acelerado da denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) e em meio a divergências entre aliados do ex-presidente sobre como ele deve lidar com a situação.
Alvo de ataques frequentes de Bolsonaro, que subiram de temperatura no último ano, o STF decidiu reforçar sua segurança para a deliberação.
A expectativa no Supremo é que a denúncia seja recebida por unanimidade na turma, composta pelo relator, Alexandre de Moraes, e pelos ministros Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux.
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