O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), Daniel Hagari, disse em uma entrevista coletiva neste domingo (19), que os militares israelenses vão continuar os ataques na Faixa de Gaza até que o Hamas entregue a lista com os nomes dos reféns a serem liberados
“Até esta manhã, o Hamas não está cumprindo suas obrigações e, ao contrário do acordo, não deu a Israel os nomes dos reféns”, disse. “A IDF continua a atacar agora em Gaza, enquanto o Hamas não estiver cumprindo suas obrigações com o acordo”, completou.
O cessar-fogo estava previsto para iniciar às 3h30 no horário de Brasília, mas um atraso na divulgação dos nomes dos reféns a serem liberados pelo Hamas levou o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu a ordenar a continuidade das ações de guerra.
Pelo acordo firmado no Qatar na quarta-feira (15), o Hamas deveria disponibilizar a lista ao menos 24 horas antes da liberação. Neste domingo, o grupo palestino admitiu que houve um atraso na divulgação dos nomes devido a “razões técnicas”, mas reafirmou o compromisso com o cessar-fogo.
Segundo a Al Jazeera, os motivos para o atraso podem estar relacionados à forma como os integrantes do Hamas se comunicam, isto é, evitando meios de comunicação que possam estar sujeitos à vigilância israelense, atrasando decisões relacionadas aos nomes que integrarão a lista.
O exército israelense alertou os moradores de Gaza para não se aproximarem de suas tropas ou se movimentarem pelo território palestino antes do prazo de cessar-fogo, acrescentando que quando o movimento for permitido “uma declaração e instruções serão emitidas sobre métodos de trânsito seguros”.
O cessar-fogo terá três estágios. O primeiro durará seis semanas, durante as quais 33 dos 98 reféns restantes – mulheres, crianças, homens com mais de 50 anos, doentes e feridos – serão libertados em troca de quase 2.000 prisioneiros e detidos palestinos.
Após a libertação dos reféns no domingo, o negociador-chefe dos EUA, Brett McGurk, disse que o acordo exige que mais quatro reféns sejam libertadas após sete dias, seguido pela libertação de mais três reféns a cada sete dias a partir de então.
Durante a primeira fase, o exército israelense se retirará de algumas de suas posições em Gaza e os palestinos deslocados de áreas no norte de Gaza terão permissão para retornar.
A equipe do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, trabalhou em estreita colaboração com o enviado do presidente eleito Donald Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, para levar o acordo adiante.
À medida que sua posse se aproximava, Trump repetiu sua exigência de que um acordo fosse feito rapidamente, alertando repetidamente que haveria “um inferno a pagar” se os reféns não fossem libertados.
Com Reuters, Times of Israel e Al Jazeera
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