MDB e PSD são os partidos de centro com mais orientações favoráveis ao governo Lula em votações no Congresso Nacional. É o que indica um relatório da consultoria Ética Inteligência Política sobre o ano de 2024.
O levantamento mostra que o MDB teve 90% de orientações a favor do governo na Câmara e 80% no Senado. No PSD, o índice foi de 81% e 80%, respectivamente. Os dois partidos são cobiçados por Lula para um eventual aliança na eleição de 2026.
O União Brasil teve 81% de orientações alinhadas ao governo na Câmara e de 60% no Senado. O partido tem relação tensa com o governo, já que tem a bancada tem uma ala de oposição a Lula, mesmo tendo três indicados da legenda como ministros.
Outros três partidos têm disparidades entre as atuações na Câmara e no Senado. Sob influência de Arthur Lira, o PP tem 81% de orientações pró-Lula na Câmara. O índice cai para 50% no Senado. Entre os senadores da sigla está Ciro Nogueira, ex-ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro.
O Republicanos tem 81% de orientação a favor de Lula na Câmara. Já no Senado, onde os bolsonaristas Damares Alves e Hamilton Mourão atuam, a taxa foi de 30%.
“Embora PP e Republicanos tenham aumentado o seu alinhamento com o governo após passarem a integrar pastas ministeriais, ambas as médias ainda ficaram aquém do esperado, em especial no Senado”, diz o relatório.
Na oposição, o PL não teve orientação alinhada ao governo na Câmara. No Senado, o partido de Jair Bolsonaro teve 30% de inclinação à gestão petista.
Com apenas um senador, o PSDB não teve orientação de cunho governista no Senado. Na Câmara, a federação do partido com o Cidadania teve 81% de alinhamento ao governo, inclusive contribuindo para a aprovação do desidratado pacote de gastos em dezembro.
Na esquerda, PT, PSB e PDT superam 90% de tendência a favor do governo na Câmara. No Senado, o PT também supera esse índice, enquanto PDT e PSB ficam em 60% e 70% respectivamente.
“Os dados também demonstraram decaída do alinhamento da federação PSOL/Rede, o que revela possível descontentamento da esquerda mais radical com as novas políticas do governo na seara econômica e fiscal”, diz a consultoria. Com 63% de orientações pró-governo, esses partidos criticaram, na Câmara, as medidas propostas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no ajuste fiscal.
A consultoria prevê mais protagonismo do Senado com a chegada de Davi Alcolumbre (União-AP), tido como mais firme em negociações, enquanto, na Câmara, a expectativa é de arrefecimento do embate com outros poderes sob a liderança de Hugo Motta (Republicanos-PB).
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