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Cristina Graeml chama ações para mulheres de lacração – 21/03/2025 – Poder


Primeira mulher a disputar um segundo turno de um pleito à Prefeitura de Curitiba, a jornalista Cristina Graeml (Podemos), 55, reconhece a falta de mulheres na política e defende que a participação delas no Parlamento seja proporcional ao tamanho da população feminina, maioria no país.

Apesar disso, diz não estar convicta sobre propostas como reserva de assentos no Congresso Nacional e afirma que preferiu “não lacrar” ao ser questionada sobre a ausência de políticas específicas para mulheres no seu plano de governo, ponto explorado pelo adversário na campanha de 2024, o hoje prefeito Eduardo Pimentel (PSD).

Candidata pelo nanico PMB (Partido da Mulher Brasileira), Cristina foi uma das principais surpresas do pleito municipal ao passar para o segundo turno e, com aceno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ameaçar a eleição do candidato do governador Ratinho Jr. (PSD).

“O meu plano de governo foi todo desenhado por homens e mulheres, então obviamente que não tinha como fazer política pública só para homem. Se eu fizer uma política para saúde, eu vou dizer ‘as mulheres vão ficar de fora’? Se eu fizer uma política para educação, eu vou dizer ‘os meninos não estudam’? Se eu fizer uma política para a mobilidade urbana, eu vou dizer ‘os carros dirigidos por mulheres ou com mulheres passageiras não entram nessa rua’? Isso é uma bobagem”, disse em entrevista à Folha.

Cristina se apresenta como um nome conservador na política e, na campanha do ano passado, a primeira que disputou, ficou conhecida como representante da direita radical em um embate com a direita tradicional, encabeçada pelo grupo do PSD.

“Não sou antimulher, a candidata extremista, como ele [adversário na campanha] tentou colocar. Foi o grupo de 200 voluntários que estavam comigo e que não quis lacrar, porque não é da nossa linha de ideologia”, continuou ela, sobre seu plano de governo.

Cristina afirma que os voluntários reunidos para fazer seu plano de governo ficaram focados em levantar os problemas que incomodavam o curitibano e que ajustes poderiam ser feitos no documento caso eleita.

“Mas eu não me preocupei com vamos lacrar aqui e dizer que eu vou criar uma Secretaria da Mulher. Ou vamos lacrar aqui? Vamos dizer que a gente vai fazer um programa mulher no parque?”, disse.

Filiada no mês passado ao Podemos de olho em uma candidatura ao Senado pelo Paraná em 2026, Cristina pertence ao grupo de seguidores de Bolsonaro que abraçaram bandeiras contra o STF (Supremo Tribunal Federal) e contra o que chamam de “ditadura do ministro Alexandre de Moraes“. A prioridade do grupo hoje é articular a anistia aos denunciados pelos ataques golpistas do 8 de janeiro, chamados por ela de presos políticos.

Assim, segundo Cristina, só é possível discutir políticas específicas para mulheres quando o país “retomar o Estado de Direito”.

“Quando as leis são respeitadas e aplicadas de forma igual para todo mundo, homens e mulheres se beneficiam. A sociedade funciona melhor. E aí, por funcionar melhor, a gente consegue olhar para os problemas específicos de cada gênero, de cada raça, de cada faixa etária, de cada faixa social, e pensar em políticas específicas para aqueles que estão mais necessitados”, declarou.

“Com a bagunça institucional que a gente tem hoje, sem respeito nenhum à independência entre os Poderes, não dá para pensar em homem ou mulher.”

Para Cristina, os eleitores de direita, do seu campo ideológico, teriam consciência do que ela chama de “dar um passo atrás”. “Claro que a gente quer igualdade de oportunidades, claro que a gente quer igualdade de vagas e tudo mais, mas a gente vai discutir isso depois que estiver funcionando para todo mundo.”

O Partido da Mulher Brasileira, formalmente presidido pela empresária Suêd Haidar, foi o primeiro partido de Cristina. A sigla a abrigou para a disputa eleitoral do ano passado, mas houve conflito, e a cúpula nacional chegou a interferir no comando local para tentar vetar a candidatura.

Cristina disse que só soube da existência do PMB quando enfrentou a rejeição dos outros partidos que procurou. Afirmou que, ao conhecer o estatuto, se identificou com a diretriz “antifeminista” que a sigla pregava.

Ela diz que não é contra o feminismo histórico, mas que o movimento atual é “radical e considera que todo homem é tóxico”.

“O feminismo adotou a agenda LGBT e, pegando, por exemplo, o caso das mulheres no esporte, ele [o movimento] não defende a mulher. Porque são homens biológicos que entram para ocupar a vaga da mulher no esporte e sempre ganham”, disse.

“Sou contra o feminismo que se cega para os direitos das mulheres em alguns quesitos e que ataca 100% dos homens. O tal do patriarcado opressor. Tudo que aconteceu no passado foi opressor. Não consegue ver nada de bom no que os nossos antepassados homens construíram, nossos trisavós, pentavós construíram. Coloca tudo num balaio só”, continuou.

Assim como o PMB, o Podemos também é hoje presidido por uma mulher, a deputada federal Renata Abreu (SP). Dentro do novo partido, Cristina afirma que deve assumir o comando do “Podemos Mulher” no Paraná e que a ideia é promover conversas e atrair filiadas.

“Na hora que tiver muita opção de mulher candidata, homens e mulheres vão escolher mulheres naturalmente, como a gente escolhe candidatos homens também.”



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