Críticas de Fux à delação de Cid é esperança, diz advogado – 25/03/2025 – Painel

As críticas do ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), às “nove delações” do tenente-coronel Mauro Cid que “representam nenhuma delação” animaram a defesa de acusados pela trama golpista de 2022, no primeiro dia de julgamento na Primeira Turma da corte.

“Não tenho a menor dúvida de que houve omissão”, disse o ministro, em referência ao ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Tanto houve omissão que houve nove delações.” Fux, no entanto, disse que o momento era preambular e que a análise do mérito seria posterior.

O advogado José Luis Oliveira Lima, defensor do general Walter Braga Netto, afirma que essa avaliação e a divergência sobre o julgamento no plenário, no qual o ministro foi voto vencido, representam uma luz para os acusados e esperança para a defesa.

Para ele, as falas de Fux tiveram reflexo nos discursos da ministra Cármen Lúcia e do ministro Cristiano Zanin, presidente do colegiado.

O advogado Matheus Mayer Milanez, que representa o general Augusto Heleno, também viu brecha para que a defesa tenha algum respiro. Mas afirmou que o discurso dos ministros mostrou que alguns pontos da denúncia são contestáveis.

“Eles falam que não é o momento de análise da delação. Mas se o processo todo foi calcado na delação, é uma análise que tem que ser feita”, afirma. “Eles não querem se debruçar sobre os temas espinhosos agora. Eles querem deixar isso mais para frente. É a minha percepção.”