O deputado republicano Rich McCormick publicou mensagem nas redes sociais em que pede ajuda dos colegas no Congresso para reforçar o pedido de sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), após Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciar que vai se licenciar do mandato para ficar nos Estados Unidos.
“O fato de que @BolsonaroSP, o deputado mais votado da história do Brasil e filho do ex-presidente @jairbolsonaro, tenha sido forçado a buscar exílio nos Estados Unidos demonstra a alarmante deterioração da democracia no maior país da América do Sul”, escreveu McCormick.
O deputado fala em exílio, termo usado também por Eduardo, mas que não se aplica na prática, por ocorrer em contextos em que a pessoa é forçada a deixar o país.
McCormick encaminhou em fevereiro à Casa Branca uma carta endereçada ao presidente Donald Trump na qual pede a aplicação da Lei Magnistsky, que prevê punições, como perda do visto americano, a Moraes. Agora, fez um apelo a colegas do Congresso para que se juntem à solicitação.
“A representante @MaElviraSalazar e eu enviamos uma carta à Casa Branca instando o uso da Lei Global Magnitsky para tomar medidas decisivas contra o juiz ditatorial da Suprema Corte do Brasil, Alexandre de Moraes – e potencialmente contra seus cúmplices – nessas violações dos princípios democráticos e dos direitos humanos”, escreveu o parlamentar no X nesta quinta.
“Encorajamos fortemente nossos colegas no Congresso e no Senado a se juntarem a nós na assinatura desta carta em defesa da liberdade nesta nação de importância crítica.”
A deputada Elvira Salazar é uma das autoras do projeto de lei que tramita na Câmara americana que prevê sanções a autoridades estrangeiras que violem a liberdade de expressão nos EUA.
Na carta assinada por ambos enviada a Trump e ao chefe do Departamento de Estado, Marco Rubio, equivalente ao ministro das Relações Exteriores dos EUA, eles citam a denúncia contra Jair Bolsonaro (PL).
Dizem que a medida se deu pelo que chamam de “regime brasileiro” para afastar o principal candidato para a eleição do próximo ano —a acusação, porém, traz provas robustas sobre a participação do ex-presidente na trama golpista no final de 2022, apesar de também apresentar alguns pontos frágeis.
“O indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro não se trata de justiça—é sobre eliminar a concorrência política através de manobras judiciais, assim como o presidente Trump foi alvo antes de fazer o maior retorno político da história”, diz a carta.
Depois, o texto afirma que o indiciamento é fruto de ação de Moraes, que transformou o “Judiciário brasileiro em uma arma para esmagar a oposição”.
“Suas ações são um ataque direto à democracia, à liberdade de expressão e ao Estado de Direito, e solicitamos respeitosamente que você tome medidas para garantir que o Brasil celebre uma eleição livre e justa em 2026”, diz o documento.
“Moraes não é apenas um problema para o Brasil —ele é uma ameaça crescente para os Estados Unidos”, afirmaram os deputados, citando ações de Moraes em relação ao Rumble e ao X.
“Os Estados Unidos não podem permitir que juízes estrangeiros ditem o que os americanos podem dizer, ler ou publicar. O comportamento de Moraes é precisamente o tipo de abuso autoritário que a Lei Global Magnitsky foi criada para combater”, escreveram os deputados ao pedir a aplicação de sanções contra o ministro.
Em fevereiro, Eduardo teve encontros com McCormick e Salazar como parte do esforço contra o magistrado do STF nos Estados Unidos.
Na terça (18), Eduardo anunciou que se licenciaria do cargo para permanecer nos Estados Unidos, onde já tem passado boa parte do ano, numa cruzada para conversar a administração Donald Trump a aplicar sanções a ministros do STF, sobretudo a Moraes.
Em entrevista à Folha, na terça, o parlamentar disse que cogita pedir asilo nos EUA para conseguir permanecer legalmente no país por mais de três meses.
Deixe um comentário