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Dezenas de bandidos do CV do Ceará e do Rio, com fuzis, fogem pela mata em ação do Bope na Rocinha; veja vídeo


1, 2, 3… Cerca de 400 traficantes armados de fuzis, segundo policiais e promotores do Rio e do Ceará, fugiram pela mata durante uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope), realizada no último sábado (31/05). As imagens impactantes foram registradas por um drone com capacidade de filmar em baixa iluminação, à noite. No mesmo dia, a ação conjunta dos Ministérios Públicos dos dois estados, das secretarias de Segurança e da Polícia Militar fluminense localizou duas mansões e dois prédios destinados a “hospedar” 110 criminosos cearenses.

Os promotores do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ceará e do Rio já sabiam que encontrariam um número expressivo de traficantes cearenses, mas, ao se juntarem aos bandidos da Rocinha — todos fortemente armados — e fugirem de uma só vez pela mata, a dimensão do problema ficou evidente. Segundo o procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira, trata-se de um “consórcio de criminosos” do Comando Vermelho (CV).

— É assustador quando se vê, em tempo real, ao vivo, essa quantidade de bandidos fugindo pela mata. Só vendo mesmo para acreditar. Daí a importância dessa nossa integração com os Gaecos e polícias de outros estados no combate ao crime organizado. Eles ostentam fuzis — afirmou Antonio José.

Dezenas de bandidos do CV do Ceará e do Rio com fuzil fogem pela mata em operação do Bope

Dezenas de bandidos do CV do Ceará e do Rio com fuzil fogem pela mata em operação do Bope

O procurador-geral de Justiça contou ao GLOBO, no dia da operação, que os bandidos cearenses executaram cerca de mil pessoas, com “requintes de crueldade”.

— Eles usavam motosserras para esquartejar seus inimigos e ainda jogavam futebol com suas cabeças. Eles filmavam tudo — declarou Campos Moreira.

O vídeo revela o poderio bélico e a formação militar dos traficantes. Segundo um dos promotores do Gaeco do Ceará, é possível que eles recebam treinamento dos criminosos da Rocinha, até para saberem os caminhos que vão percorrer na mata, por trás da comunidade. Pela floresta, os bandidos podem chegar a áreas nobres da Zona Sul, como a Gávea, o Jardim Botânico e outros bairros da região.

O Gaeco cearense confirmou a crueldade dos bandidos, que têm o hábito de filmar esquartejamentos com a vítima viva, numa espécie de ritual de tortura.

— A principal característica do CV é o uso da violência. Se percebem algum tipo de traição no bando deles, fazem esses vídeos para servir de exemplo aos demais. Imagina, cortar a cabeça da pessoa viva! Eles não são seres humanos — afirmou um dos promotores do Gaeco do Ceará, que pediu para não ser identificado.

Vídeo mostra piscina de mansão usada por criminosos cearenses na Rocinha

Vídeo mostra piscina de mansão usada por criminosos cearenses na Rocinha

Como foi a operação na Rocinha

A Secretaria de Estado de Polícia Militar empregou 400 policiais do Bope e de outras unidades para garantir a ação, monitorada por drones e helicópteros que enviavam imagens ao Quartel-General da PM, no Centro, no último sábado (31/05). De lá, além dos promotores de Justiça e chefes das secretarias de segurança dos dois estados, o governador Cláudio Castro monitorava o trabalho policial, até o momento em que os criminosos fugiram para a mata, onde houve troca de tiros.

A investigação é resultado de um trabalho conjunto dos Grupos de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) dos dois estados. A ação foi deflagrada nas primeiras horas da manhã do sábado pela Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Rio (CSI/MPRJ), que mobilizou cerca de 80 agentes das tropas especializadas, com o objetivo de cumprir 29 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão, além do apoio do Bope.

Polícias do Rio e do Ceará fazem operação na Rocinha para prender líderes do crime organizado nordestino — Foto: Reprodução/X
Polícias do Rio e do Ceará fazem operação na Rocinha para prender líderes do crime organizado nordestino — Foto: Reprodução/X

A operação foi a segunda grande ação na Rocinha nos últimos dois anos. A primeira ocorreu da mesma forma, a pedido do Gaeco do Ceará, para cumprir mandados de prisão e de busca de criminosos cearenses, em dezembro do ano passado.

O secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Santos, acompanhou a operação com o governador, promotores e secretários. O vídeo dos bandidos fugindo para a floresta foi visto em um telão instalado na antessala do secretário de Polícia Militar, Marcelo de Menezes Nogueira.

— São alvos do Ceará. Não tem nenhum do Rio de Janeiro. Todos eles são filiados à facção Comando Vermelho. Obviamente, era a facção do Rio que dava suporte para eles. O Rio já é, há algum tempo, o “home office” da criminalidade. Vários criminosos de outros estados vêm para cá, e isso se intensificou a partir da pandemia e da ADPF 635 — explicou o secretário, em entrevista no QG da PM, no sábado.

No início da operação, um policial militar foi baleado no pescoço. Ele foi levado para o Hospital Miguel Couto e está fora de perigo. Foram apreendidos quatro fuzis, duas pistolas, um revólver, um fuzil de airsoft, munição e drogas ainda em fase de contabilização, segundo boletim oficial divulgado no início da tarde. Dos 70 mandados de prisão, apenas um foi cumprido. O esquema de fuga dos bandidos, em maior número que as forças de segurança do Estado do Rio, acabou favorecendo os criminosos.

Apesar do baixo número de prisões, a ação cumpriu parte de seu objetivo: além de expor o poderio bélico dos criminosos, revelou a necessidade de reforço das tropas de elite no local. Também foram encontradas duas mansões de chefes do tráfico do Ceará, além de dois prédios que serviam de alojamento para seus “seguranças”.

Rocinha: mansão com academia de luxo mostra rotina de criminosos

Rocinha: mansão com academia de luxo mostra rotina de criminosos

O imóvel, que contava com uma academia equipada com aparelhos novos e um deck panorâmico com duas piscinas aquecidas, seria de propriedade do traficante cearense Anastácio Paiva Pereira, conhecido como Doze ou Paizão. Ele é um dos chefes de uma facção que controla o tráfico de drogas na cidade de Santa Quitéria, no interior do Ceará.



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