A Alphabet, dona do Google, acertou a compra da startup de cibersegurança Wiz por pelo menos US$ 32 bilhões (R$ 182,57 bilhões), a maior aquisição na história do grupo de buscas, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
A big tech chegou a propor US$ 23 bilhões pela empresa no ano passado, mas as negociações não prosseguiram devido à preocupação da Wiz com eventuais obstáculos da lei de concorrência.
Caso seja aprovado pelos órgãos reguladores, o acordo se tornará também a maior aquisição do ano e deve ser formalizado ainda nesta terça-feira (18). De acordo com as fontes, a compra será paga totalmente em dinheiro.
Haverá um bônus de retenção adicional oferecido aos funcionários como parte do acordo, que pode valer um extra de US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bilhões), acrescentaram as fontes.
A Alphabet não respondeu aos pedidos de comentário sobre as negociações. A Wiz recusou-se a comentar.
QUEM É A WIZ
Fundada por ex-alunos da unidade de inteligência cibernética de elite de Israel em 2020 e agora sediada nos EUA, a Wiz fornece serviços de cibersegurança para a nuvem. A empresa está entre as startups de software de crescimento mais rápido de todos os tempos, beneficiando-se de um aumento nas vendas à medida que as empresas transferem cada vez mais suas operações para a nuvem.
Ela atingiu US$ 500 milhões (R$ 28,5 bilhões) em receita recorrente anualizada —uma métrica de ganhos comumente usada por startups— no ano passado, e pretende dobrar esse valor em 2025, segundo o cofundador Roy Reznik. O grupo fornece serviços de segurança na nuvem para quase metade das 100 maiores empresas dos Estados Unidos, segundo seu site.
A compra, que foi relatada primeiro pelo The Wall Street Journal, ocorre em meio a um ambiente lento para fusões e aquisições, já que a incerteza na política comercial sob a nova administração de Trump e a turbulência do mercado esfriaram as esperanças de uma explosão de fusões e aquisições.
Os negociadores temiam que grandes aquisições de tecnologia pudessem ser particularmente desafiadoras sob a administração atual, já que o vice-presidente JD Vance disse acreditar que as big techs têm “poder demais”.
A Wiz, de capital fechado, levantou pela última vez US$ 1 bilhão com uma avaliação de US$ 12 bilhões (R$ 68,46 bilhões na cotação atual) em 2022 de um grupo de investidores liderado por Andreessen Horowitz, Lightspeed Venture Partners e Thrive Capital. A empresa também é apoiada por investidores como Index Ventures, Insight Partners, G Squared, Sequoia Capital, Greenoaks, Cyberstarts e Wellington.
A Wiz havia dito, após as negociações com a Alphabet fracassarem no verão passado, que buscaria uma IPO (oferta pública inicial de ações).
A aquisição da Wiz supera de longe qualquer outra compra feita anteriormente pela Alphabet. O maior negócio da empresa até hoje foi a aquisição da fabricante de gadgets Motorola Mobility por US$ 12,5 bilhões. Em 2022, a Alphabet pagou US$ 5,4 bilhões pela empresa de cibersegurança Mandiant para aprimorar o Google Cloud, seu serviço de nuvem.
A Alphabet tem procurado maneiras de aumentar seus ganhos com serviços de computação em nuvem para compensar sua dependência da receita de publicidade vinculada a buscas. O Google Cloud continua em terceiro lugar em participação no mercado global, com cerca de 12%, atrás do Amazon Web Services, com 33%, e do Azure da Microsoft, com 21%.
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