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Economista Joisa Dutra é nova colunista da Folha – 24/02/2025 – Mercado


A economista Joisa Dutra, referência em pesquisas sobre infraestrutura e energia elétrica no Brasil, estreia nesta terça-feira (25) uma coluna quinzenal no site da Folha.

Joisa, 55, é professora de economia da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e diretora do Ceri, Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura da FGV. É também membro de conselhos de administração do ONS (Operador Nacional do Sistema) e da Sanepar, a companhia de saneamento do Paraná, e professora visitante da Harvard Kennedy School.

Sua coluna, diz Joisa, vai focar o aspecto econômico da transição energética, enfatizando que o processo mundial para reduzir as emissões de gases de efeito estufa no setor energético vai além da tecnologia.

“Estamos em um imperativo de descarbonização e, em um mundo de mudanças climáticas, precisamos entender a dimensão econômica e social; ou seja, a capacidade de pagamento das pessoas e a competitividade das empresas”, afirma.

“Também precisamos entender como diferentes grupos estão sendo afetados por esse processo para ter capacidade de melhorar as políticas públicas. Se essas decisões forem tomadas ou por grupos que não entendem o problema ou apenas por políticos que cedem a lobbies de interesses mais imediatos, há grandes chances de esse processo perder apoio”, acrescenta.

Nessa linha, ela exemplifica as discussões relacionadas à micro e minigeração distribuída, nome técnico dado ao sistema de painéis solares alocados em telhados ou em pequenas fazendas solares. Esse modelo, segundo alguns especialistas, encarece a conta de energia de consumidores mais pobres enquanto barateia a conta de famílias e empresas com condições de pagar por esses painéis.

Joisa é também membro da Global Future Councils, uma rede do Fórum Econômico Mundial dedicada a discutir políticas sustentáveis. Em sua coluna, ela quer trazer exemplos de políticas e ações internacionais no setor energético que, em sua visão, podem ajudar o sistema brasileiro.

“É superimportante para mim fazer uma relação de como essas coisas acontecem aqui e como acontecem lá fora. Antes dizíamos que tínhamos um sistema elétrico singular, com mais de 90% da energia vindo de hidrelétricas, mas esse quadro se alterou e nós nos tornamos mais próximos dos outros países. Com isso, podemos buscar inspiração na forma como eles diagnosticam e medem os problemas”, afirma.

Ela também pretende tratar de respostas que o ambiente corporativo está dando para esses temas. “Temos uma realidade diferente da de 30 anos atrás; o setor elétrico é hoje majoritariamente privado e o ambiente corporativo é uma parte fundamental da resposta a esses problemas”, acrescenta.



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