SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Aprovado pelo Conselho Deliberativo na noite de segunda-feira (27), o afastamento de Augusto Melo da presidência do Corinthians teve efeito imediato, mas ainda precisará passar por uma votação dos sócios do clube para ser definitivo.
Depois da reunião com os conselheiros -um colégio formado por 300 membros, sendo 200 trienais e 100 vitalícios-, o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, tem um prazo de até cinco dias para marcar a assembleia dos sócios, que ocorrerá, a partir da marcação, em um prazo de 30 a 60 dias.
A votação dos associados será feita no sistema de maioria simples. Dessa forma, caso os sócios rejeitem o impeachment, o dirigente voltará à presidência. Em caso de o afastamento ser aprovado, Melo perderá o cargo definitivamente.
O Conselho Deliberativo, então, será convocado para eleger -sem a participação dos sócios- um novo presidente, que vai comandar o clube até o fim do mandato de Melo, em dezembro de 2026.
Enquanto essas definições não ocorrem, o Corinthians será comandado por Osmar Stabile, primeiro vice-presidente.
De acordo o art. 47 do estatuto do clube, “a convocação para as reuniões da assembleia geral poderá ser feita pelo presidente do Conselho Deliberativo, pelo presidente da diretoria ou por pelo menos metade dos conselheiros, sendo publicada no mínimo três vezes em dois jornais diários de grande circulação, com antecedência de trinta a sessenta dias da data de realização da assembleia”.
A convocação também precisa ser fixada em pelo menos cinco pontos de grande circulação do Parque São Jorge, a sede social do clube.
Na votação dos conselheiros, foram 176 votos pela destituição do presidente, 57 contra sua saída e uma abstenção. A reunião aconteceu quatro dias após Augusto Melo e dois ex-membros de sua gestão serem indiciados pela Polícia Civil pelos crimes de “associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro” após a investigação que apura supostas irregularidades no contrato de patrocínio com a casa de apostas VaideBet.
Antes mesmo do resultado, Augusto Melo, que nega os crimes, fez um pronunciamento prevendo sua derrota e prometeu lutar para voltar ao cargo.
“Tem 60 dias para a assembleia geral e vamos brigar pelo Corinthians”, disse.
Logo depois da votação, o advogado Ricardo Cury confirmou que Augusto não presenciou a votação por estar, segundo ele, “abalado pelos acontecimentos dos últimos dias” e disse que a defesa do dirigente na sequência do processo será executado por seu escritório em parceria com o escritório do advogado José Eduardo Cardozo.
Cardozo é ex-ministro da Justiça e foi o defensor da presidente da República Dilma Rousseff no processo que resultou em seu impeachment em 2016.
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