Na última semana, a montadora chinesa BYD apresentou a sua nova plataforma para veículos elétricos, cujo maior avanço é a capacidade de recuperar energia rapidamente, conciliado a um sistema avançado de resfriamento.
Segundo a empresa, a nova arquitetura suporta uma potência de até 1 megawatt, ou 1.000 kW. Dessa forma, o veículo pode atingir uma autonomia de 400 km em apenas cinco minutos. A empresa desenvolveu também os carregadores aptos para esse serviço.
Não se trata de um futuro distante. A tecnologia já está disponível na China em novas versões do sedã Han L e do SUV Tang L (no Brasil, Tan). Não há previsão da chegada desses modelos a outros mercados.
A velocidade com que a tecnologia tornou-se disponível pode assustar as montadoras ocidentais, que trabalham em segredo para desenvolver soluções semelhantes. Entretanto, a preocupação deve se estender à infraestrutura das grandes cidades.
O fornecimento de energia tem limitações. Um grande número de carros plugados em carregadores de alta potência pode sobrecarregar o sistema em algumas regiões, principalmente nos horários de pico. Dessa forma, o mais interessante seria disponibilizar a tecnologia em corredores rodoviários, distantes dos centros urbanos.
A opção permitiria fazer viagens longas com carros a bateria, mas a valores elevados. Quanto maior a velocidade de recarga, mais elevados são os custos de instalação e manutenção. Esse fator se reflete nas tarifas cobradas pelos estabelecimentos que oferecem o serviço.
A questão torna-se mais complexa em meio à desaceleração das vendas de veículos 100% elétricos. Esses são os únicos que se beneficiam da recarga ultrarrápida, enquanto os modelos híbridos plug-in têm baterias menores, com capacidade limitada.
A ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) estima que serão investidos R$ 6 bilhões em pontos de reabastecimento de baterias no país ao longo de 2025. O valor é 20% superior ao aplicado em 2024.
Entretanto, as cifras são calculadas sobre tecnologias já existentes, já que as evoluções de cada empresa fazem parte de segredos industriais.
Enquanto isso, os carros avançam e chegam ao mercado antes dos ultracarregadores. Um exemplo é o que ocorre na linha Porsche. O sedã Taycan suporta 350 kW, mas essa opção só está disponível nas concessionárias da marca.
Já a BYD, que domina toda a cadeia de eletrificação, aposta tudo na velocidade. “A solução definitiva é fazer com que o carregamento seja tão rápido quanto abastecer um carro a gasolina”, disse Wang Chuanfu, Presidente e CEO da montadora chinesa, em comunicado divulgado pela montadora.
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