O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) e a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, redobraram a pressão sobre o Ibama nesta segunda (17) para liberar o licenciamento ambiental para a pesquisa de petróleo na costa do Amapá, na altura da chamada Margem Equatorial.
“Vamos continuar […] pesquisando petróleo, produzindo petróleo, refinando petróleo porque essa é uma missão que está nas mãos de vocês da Petrobras”, disse Lula.
Um pouco antes, Silveira afirmou que a Petrobras já entregou todos os estudos complementares pedidos pelo Ibama para liberar o licenciamento para perfurar um poço de testes na região – que fica a 570 quilômetros da foz do Rio Amazonas – e que “chegou a hora de virar essa chave”.
“Essa reserva, talvez maior que a do pré-sal, já está mudando a realidade dos nossos vizinhos. O PIB da Guiana cresceu 50% no último ano, o Brasil merece, em especial os nossos irmãos nortistas e nordestinos, viver essa realidade”, disse.
Ele emendou afirmando que a exploração da reserva pode render mais de R$ 1 trilhão em impostos para políticas públicas de saúde e educação, e que já há mais de R$ 350 bilhões em investimentos parados.
Magda Chambriard também reforçou o coro e afirmou que a exploração da Margem Equatorial é necessária para manter a produção de petróleo após 2030, quando as reservas atuais do pré-sal começarem a diminuir.
“A partir daí, a reposição de reservas é urgente, e isso só vai ser possível se nós começarmos a explorar novas fronteiras agora. É muito importante destacar a relevância da Margem Equatorial e da pesquisa do seu real potencial. Se nós obtivermos a licença, faremos tudo de forma extremamente segura, quanto a isso o senhor [presidente Lula] pode ficar absolutamente tranquilo”, sustentou Chambriard se direcionando ao presidente.
Ela garantiu que a Petrobras tem uma estrutura de 19 bases operacionais em 14 estados “prontas para atuar em qualquer emergência”, conta com uma parceria com a Nasa – a agência espacial dos Estados Unidos – para monitorar possíveis vazamentos, e com um dos quatro equipamentos disponíveis no mundo para bloquear poços com derrame do óleo.
“Estejam certos de que, sendo possível a licença, nós teremos no Amapá o melhor aparato de resposta a emergências já visto no mundo”, completou.
O presidente Lula, em especial, engrossou a pressão sobre o Ibama nas últimas semanas para liberar o licenciamento para a abertura de um poço de testes para verificar a viabilidade e a qualidade do petróleo disponível na região. Ele chegou a dizer que há uma “lenga-lenga” e que o órgão às vezes parece atuar contra o governo.
A fala gerou reação entre os técnicos do instituto, que consideraram a declaração e a pressão como “irresponsável”.
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