O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), classificado como a “inflação oficial” por ser considerado pelo Banco Central para calibrar a Selic, subiu 0,24% em junho, conforme divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (10). O indicador mostrou, portanto, uma desaceleração, tendo em vista que em maio ele subiu 0,26%. Com esses sinais de arrefecimento na alta dos preços, será que a Selic voltará a cair?
No ano, o IPCA acumula alta de 2,99% e, nos últimos doze meses, o índice ficou em 5,35%. É importante lembrar que a meta perseguida pelo governo é um IPCA de 3% ao ano, com tolerância de 1 ponto perentual para cima ou para baixo, o que levaria o limite tolerável a 4,5%. Portanto, apesar dos sinais serem de uma desaceleração, a inflação segue bem acima do que seria considerado bom.
O resultado veio abaixo das projeções dos economistas. A mediana das 33 projeções colhidas pelo Valor Data aponta alta de 0,19% em junho. As estimativas tinham piso em 0,11% e teto em 0,26%.
Como o resultado impacta a Selic e o seu bolso?
Quando há inflação significa que, na média, as coisas estão ficando mais caras. Mas ela também mexe com a vida dos investidores, especialmente com a Selic. A taxa básica de juros, além de balizar os empréstimos e financiamentos, também é usada como referência de rentabilidade de muitos investimentos, especialmente na renda fixa.
Quando há uma alta dos preços, o instrumento usado pelo Banco Central pra conter esse avanço é a Selic. Portanto, a autoridade monetária pode aumentar os juros para encarecer o crédito às pessoas e empresas e, dessa forma, conter o consumo e frear a inflação. O mesmo acontece no cenário oposto. Se a alta dos preços está sob controle, a autoridade monetária pode cortar os juros (ou seja, “baratear o dinheiro”) para incentivar que as pessoas e empresas voltem a gastar sem que isso comprometa o bolso delas. Portanto, é um estímulo para a economia aquecer.
Atualmente, o Banco Central voltou a aumentar a Selic justamente por conta da preocupação com a inflação. Na última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) subiu a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, a 15% ao ano.
Até então, as apostas do mercado eram de que o ciclo de aperto monetário tinha chegado ao fim. O Banco Central afirmou, no entanto, que o ciclo de alta será interrompido para que haja uma observação dos reflexos da Selic elevada na economia. Portanto, dados como o IPCA podem trazer pistas do que vem por aí. Uma desaceleração constante, pode ser um sinal de que os juros altos estão cumprindo seu papel de controlar a alta dos preços.
O que subiu e o que caiu?
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, em junho, apenas o grupo Alimentação e bebidas apresentou variação negativa (com queda de 0,18%), enquanto os demais ficaram entre o 0,99% de Habitação e o 0,00% de Educação.
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