quinta-feira , 19 junho 2025
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Israel ataca instalações nucleares no Irã; retaliação atinge hospital



As Forças de Defesa de Israel (IDF) bombardearam, na manhã desta quinta-feira (19) ao menos três das principais instalações nucleares do programa iraniano, o reator nuclear de Arak, as instalações de Natanz e o complexo nuclear de Isfahan. O Irã retaliou a ação lançando novos bombardeios contra Israel e destruiu o hospital Soroka, em Beersheba, no sul do país e o premiê israelense Benjamim Netanyahu disse que Teerã pagará o preço pelo ataque.

Segundo os militares israelenses, o objetivo foi impedir que a estrutura, ainda em construção, pudesse ser restaurada e utilizada para o desenvolvimento de armas nucleares.

A ação marcou o sétimo dia consecutivo da operação israelense contra alvos estratégicos no Irã, que inclui instalações nucleares, bases militares e centros de produção de mísseis. Nas primeiras horas da quinta-feira, 40 caças israelenses lançaram cerca de 100 bombas sobre dezenas de locais militares em Teerã e outras cidades iranianas. Imagens dos bombardeios foram divulgadas posteriormente pelas IDF.

O reator nuclear da usina elétrica de Arak estava desativado, segundo autoridades iranianas. O ataque israelense visou inutilizar instalações que podem ser destinadas à produção de plutônio, substância que poderia ser usada em uma bomba nuclear. O bombardeio ocorreu após um alerta emitido pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) pedindo que civis evacuassem a área.

A TV estatal iraniana minimizou os danos ao reator de Arak, negando risco de radiação e afirmando que a instalação foi evacuada a tempo. Já a Agência Internacional de Energia Atômica confirmou que a unidade não continha material radioativo no momento do ataque.

Além de Arak, Israel atingiu instalações nucleares em Natanz, um dos maiores complexos nucleares do Irã. O local tem instalações que poderiam transformar urânio em metal, uma das etapas necessárias para a construção de uma arma nuclear. A parte dessa base que fica acima da superficie havia sido bombardeada na semana passada. Segundo os israelenses, o alvo nesta quinta-feira (19) seria uma unidade que abriga equipamentos e projetos ligados ao desenvolvimento de armas nucleares.

As Forças de Defesa de Israel também afirmaram ter bombardeado instalações nucleares em Isfahan, mas não deram detalhes. A Agência Internacional de Energia Atômica havia afirmado na semana passada que o local era usado para armazenamento de combustível nuclear.

Autoridades iranianas afirmaram que não houve aumento de radiação de grande porte nos locais dos ataques.

Explosões também foram registradas em locais relacionados por Israel à montagem de mísseis balísticos, defesa aérea, sistemas de radar e armazenamento de munições. A cidade de Kermanshah foi um dos alvos.

Os militares israelenses afirmam ter destruído dois terços dos lançadores de mísseis balísticos do Irã. No entanto, segundo estimativas militares, Teerã ainda possui mais de 100 lançadores, considerados um gargalo estratégico para a capacidade de ataque iraniana. Agências iranianas reportaram ainda a prisão de 18 “agentes inimigos” na cidade de Mashhad, acusados de construir drones usados por Israel.

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Em retaliação, Irã ataca hospital

Em retaliação, o Irã lançou mais de 400 mísseis e cerca de 1.000 drones contra Israel desde o início da ofensiva israelense na sexta-feira anterior (13). Na manhã desta quinta-feira (19), um míssil balístico atingiu o hospital Soroka, em Beersheba, no sul de Israel. A instalação de mil leitos, que atende cerca de 1 milhão de pessoas, sofreu danos severos. Graças à transferência prévia de pacientes para áreas blindadas, apenas 76 feridos foram contabilizados, seis em estado grave.

Segundo a mídia iraniana, o alvo do míssil era um centro militar próximo ao hospital, e não a unidade de saúde em si. Ainda assim, o episódio gerou forte reação do governo israelense. O ministro da Defesa, Israel Katz, declarou que o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, “não pode mais existir” após ordenar ataques contra civis. Katz afirmou que o objetivo da campanha é “desestabilizar os aiatolás” e “eliminar ameaças à existência do Estado de Israel”.

A jornalistas em Holon, perto de Tel Aviv, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou: “Khamenei declara abertamente que quer que Israel seja destruído, ele pessoalmente dá a ordem de atirar em hospitais”. “Ele considera a destruição do Estado de Israel um objetivo… Não se pode mais permitir que tal homem exista.

Mais cedo, a mídia estatal iraniana disse que o principal alvo do ataque com mísseis desta manhã eram instalações militares próximas ao hospital.

O premiê israelense Benjamim Netanyahu declarou que “os tiranos irão pagar o preço total” pelos ataques a Israel, sinalizando que não pretende interromper a operação.

O número de mortos no Irã também segue em elevação. Autoridades locais relatam ao menos 224 vítimas fatais, em sua maioria civis. Já a ONG Human Rights Activists, sediada em Washington, estima que o total ultrapasse 585 mortos e 1.300 feridos.

Em Israel, os ataques iranianos resultaram em 24 mortos e mais de 500 feridos até o momento.

Expectativa é por decisão de Trump

Analistas apontam que, embora as forças israelenses operem com ampla liberdade no espaço aéreo iraniano, a destruição de alvos subterrâneos depende do envolvimento direto dos EUA. O presidente Donald Trump aprovou planos de ataque ao Irã, segundo revelou o Wall Street Journal, mas ainda aguarda sinais de que Teerã desistirá de seu programa nuclear antes de ordenar qualquer ofensiva. Trump declarou na quarta-feira (18) que espera uma “rendição incondicional” do regime iraniano e descartou um mero cessar-fogo.

Fontes ouvidas pela Bloomberg e pelo Axios afirmam que o governo dos EUA avalia a possibilidade de realizar uma operação nos próximos dias. Entre as possibilidades está o uso da bomba antibunker GBU-57, capaz de atingir alvos subterrâneos como o reator nuclear de Fordo, construído em grande profundidade e considerado fora do alcance da aviação israelense. Essas bombas nunca foram usadas em combate, apenas em testes, e estão atualmente integradas apenas ao arsenal dos bombardeiros furtivos B-2 norte-americanos.

Israel, por sua vez, estuda formas alternativas para atingir Fordo, uma das instalações nucleares mais protegidas do Irã, incluindo operações terrestres com o uso de tropas de commandos. A possibilidade vem sendo estudada há mais de um ano por Israel. Segundo relatos publicados pelo Axios, oficiais israelenses disseram a autoridades americanas que, se não puderem destruir Fordo com bombas, “fariam isso com humanos”.

Enquanto isso, o Irã mantém a posição de que seu programa nuclear é pacífico, apesar de enriquecer urânio a níveis de até 60%, um passo técnico próximo ao necessário para armamento atômico.



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