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Israel confirma que não deixará Líbano



O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, anunciou nesta terça-feira (18) que o Exército de seu país permanecerá em cinco pontos perto da fronteira na zona de amortecimento do Líbano, apesar de hoje ser o prazo final para Israel retirar suas forças do sul do território vizinho, conforme estipulado no acordo de cessar-fogo.

“A partir de hoje, o Exército permanecerá na zona de amortecimento no Líbano controlando cinco postos avançados e continuarão fazendo cumprir – com força e sem concessões – quaisquer violações [do acordo] por parte do [grupo terrorista libanês] Hezbollah”, disse Katz em um comunicado.

“O Hezbollah deve se retirar completamente para além da linha do rio Litani e o Exército libanês deve impor essa medida e desarmar sua presença sob a supervisão do mecanismo estabelecido sob a liderança dos Estados Unidos”, acrescentou Katz.

Katz também afirmou que reforçou a presença de tropas do lado israelense, ao longo da fronteira entre os dois países, para garantir a segurança das comunidades do norte.

Uma cessação de hostilidades, inicialmente planejada para durar 60 dias, entrou em vigor em 27 de novembro e previa a retirada das forças israelenses presentes em território libanês, assim como limitar a posse de armas na faixa fronteiriça às mãos das forças de segurança libanesas.

Ontem, o governo libanês reiterou seu compromisso em cumprir integralmente a resolução 1701, que encerrou a guerra libanesa-israelense de 2006 e na qual se baseia o novo cessar-fogo, que estipula o desarmamento do Hezbollah e que o Estado libanês monopolize a posse de armas em todo o país.

O texto também pede o desmantelamento de instalações não estatais de produção de armas e também proíbe ambos os lados de realizarem ataques um contra o outro; algo que Israel não respeitou, reivindicando seu direito à “autodefesa”.

O cessar-fogo inicial expirou em 26 de janeiro, um dia particularmente sangrento em que pelo menos 24 pessoas foram mortas e outras 120 ficaram feridas depois que moradores do sul tentaram retornar às suas cidades ocupadas.

No dia seguinte, os Estados Unidos anunciaram uma extensão do cessar-fogo até 18 de fevereiro, para dar às partes mais tempo para cumprir suas obrigações, e hoje Israel disse novamente que não deixará o país após a invasão terrestre que começou em 1º de outubro.

Líbano se compromete a expulsar Israel de seu território “por via diplomática”

Depois do pronunciamento de Katz, o presidente do Líbano, Joseph Aoun, afirmou que está mantendo contatos com os Estados Unidos e a França – os garantidores do cessar-fogo em seu país – para concluir a retirada do Exército de Israel de seu território “por via diplomática”, após o término da extensão do pacto que encerrou as hostilidades.

“O Líbano continua seus contatos diplomáticos com os Estados Unidos e a França para completar a retirada israelense dos territórios restantes que ocupou na última guerra”, declarou Aoun em uma postagem publicada na conta oficial da presidência libanesa no X.

Aoun também alegou que o Líbano está comprometido em “adotar a via diplomática porque ninguém quer guerra”.

O governo libanês alertou Israel nesta terça-feira sobre “todas as consequências legais” decorrentes da presença de tropas israelenses em cinco pontos no sul do país, e que tratará isso como uma “ocupação” após expirar hoje a extensão para a retirada do Exército israelense desses territórios.

O Exército libanês anunciou a mobilização de suas tropas militares em uma dúzia de cidades no sul do país e em outras áreas fronteiriças após a retirada das forças israelenses, que ainda estão posicionadas em outros cinco pontos ao longo da fronteira.



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