terça-feira , 25 março 2025
| Cidade Manchete
Lar Política João Campos quer se contrapor a Raquel ao presidir o PSB – 23/03/2025 – Poder
Política

João Campos quer se contrapor a Raquel ao presidir o PSB – 23/03/2025 – Poder

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), pretende usar a presidência nacional do PSB para se contrapor à governadora Raquel Lyra (PSD) nas articulações de acordos para as eleições de 2026 para o Governo de Pernambuco.

João Campos assumirá o comando do PSB em maio, sucedendo o atual presidente da legenda, Carlos Siqueira.

Após a filiação da governadora ao PSD, a avaliação é que Raquel Lyra terá mais musculatura política para firmar alianças e ter competitividade maior na disputa estadual do próximo ano.

Aliados foram avisados da estratégia de usar a influência nacional em prol do projeto do PSB em Pernambuco ao longo das tratativas para a alçada do prefeito à presidência do partido.

Além disso, João Campos vai intensificar agendas no interior de Pernambuco, a fim de popularizar a sua imagem, sob a justificativa de que será presidente do PSB no país, já que não quer assumir abertamente a possível candidatura a governador no próximo ano.

O início da nova estratégia será a partir de 30 de março em Afogados da Ingazeira, no sertão do Pajeú, reduto eleitoral do PSB desde os tempos dos ex-governadores Miguel Arraes e Eduardo Campos, pai de João.

A ascensão do prefeito à presidência manterá a influência dominante da ala pernambucana do partido, que já controla o PSB. O irmão do prefeito, o deputado Pedro Campos (PE), é o líder da agremiação em 2025 na Câmara dos Deputados.

Três partidos são tratados como prioridade para o eventual projeto estadual de João Campos em 2026: PT, MDB e União Brasil. O prefeito indicou, em várias conversas com integrantes dos três partidos, que não há decisão sobre uma candidatura a governador em 2026, mas lideranças das três legendas avaliam que é preciso uma decisão até janeiro para não atrapalhar o planejamento do ano eleitoral.

Caso decida ser candidato a governador, João Campos precisaria renunciar ao cargo de prefeito até o começo de abril do ano que vem.

O PT é tido como vital numa eventual coligação de João Campos. Por isso, uma das prioridades do prefeito na presidência do PSB será consolidar a aliança política entre os dois partidos em torno do projeto de reeleição do presidente Lula.

A avaliação de aliados de João Campos é que, com a aliança PT-PSB nacionalmente, dificilmente Lula subiria em um palanque ao lado de Raquel Lyra em Pernambuco.

Apesar de Raquel Lyra não ter se posicionado sobre as eleições de 2026, aliados não descartam a possibilidade de ela apoiar a reeleição de Lula. Mas, no cenário atual, segundo o entorno da governadora, não faria sentido esse apoio diante da crise de popularidade do presidente.

No estado, o PT tem como prioridade a reeleição do senador Humberto Costa. O partido ainda não tomou lado entre João Campos e Raquel Lyra, mas tem uma proximidade maior com o PSB e participa da gestão da Prefeitura do Recife com dois secretários. Os deputados estaduais petistas, entretanto, costumam votar alinhado ao governo de Raquel Lyra na Assembleia Legislativa.

João Campos quer atuar para manter Geraldo Alckmin como vice-presidente na chapa de reeleição de Lula. A vaga é cobiçada por outros partidos, como o MDB.

A sigla emedebista está mais próxima de João Campos, após um período de aliança também com Raquel Lyra. Porém o partido não saiu da mira da governadora para o próximo ano.

Por sua vez, João Campos poderá, na presidência do PSB, envolver outros estados nas negociações em troca de aliança com o MDB em Pernambuco, seja com apoios a candidatos emedebistas a governos estaduais ou alianças para o Senado.

Ao se filiar ao PSD, Raquel Lyra recebeu a promessa de carga máxima de estrutura para disputar a reeleição. Segundo pessoas próximas à governadora, o presidente do partido, Gilberto Kassab, prometeu o teto do fundo eleitoral permitido em 2026.

Outro foco do PSD é a montagem de chapas competitivas para deputado federal em Pernambuco. O governo se prepara para usar essa estrutura a fim de atrair parlamentares do centrão que são aliados de João Campos e possuem bases eleitorais expressivas.

Uma possível baixa para João Campos poderá ser a federação que está em articulação entre PP e União Brasil. Isso porque os dois partidos estão em lados opostos em Pernambuco e, caso haja a federação, terão que funcionar praticamente como um partido único por quatro anos.

Em Pernambuco, a federação ficaria sob comando do deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), que pode disputar o Senado na coligação de Raquel Lyra, aliada do parlamentar.

O União Brasil é presidido em Pernambuco pelo ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho, que quer disputar o Senado numa eventual chapa de João Campos.

Um partido que é tido como certo em apoio a João Campos em 2026 é o Republicanos, liderado em Pernambuco pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, que quer disputar o Senado, assim como Miguel Coelho e Humberto Costa.

Após a filiação ao PSD, Raquel Lyra tirou um período de duas semanas de férias. Em janeiro e fevereiro, o governo intensificou entregas de estradas, abastecimento de água e programas sociais.

Fonte

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Política

STF mantém julgamento de Bolsonaro em turma; Fux é vencido – 25/03/2025 – Poder

A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) negou nesta terça-feira (25)...

Política

Eleições: maioria das mulheres eleitas em 2024 são brancas – 25/03/2025 – Poder

Dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) divulgados nesta terça-feira (25) em um...

Política

A história em julgamento – 25/03/2025 – Dora Kramer

Imperfeita, mas a possível para abrir caminho à transição democrática, a anistia...

Política

Advogado fará representação à OAB após ter sido barrado – 25/03/2025 – Painel

O advogado Sebastião Coelho, que representa o ex-assessor Filipe Martins no julgamento...