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Jornalista chinesa presa ao expor Covid pode ter nova pena – 13/03/2025 – Novo em Folha

Há cinco anos, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou o início da pandemia de Covid-19. Na China, a advogada e jornalista chinesa Zhang Zhan já documentava a crise em Wuhan, epicentro do surto, com vídeos curtos no YouTube que mostravam hospitais lotados, escassez de recursos e impactos da crise sanitária.

O material divulgado por Zhang, hoje com 41 anos, a colocou no radar das autoridades chinesas, resultando em sua prisão em maio de 2020, acusada de “provocar distúrbios”, imputação comum a críticos do regime de Xi Jinping.

Em dezembro de 2020, ela foi condenada a quatro anos de detenção. Hoje, enquanto o mundo se recupera da pandemia que matou mais de sete milhões de pessoas, Zhang continua presa.

Logo no começo de sua pena, durante a crise sanitária, a jornalista iniciou uma greve de fome, sendo alimentada à força por sondas nasogástricas durante meses. Pequim manteve a sentença, e Zhang ficou em detenção até maio de 2024, quando sua condenação inicial chegou ao fim.

A libertação da jornalista, no entanto, foi marcada por incertezas. Ela reapareceu publicamente apenas nove dias depois da data oficial de sua soltura, visivelmente abatida, em um vídeo sem referências ao local onde estava. Três meses depois, foi novamente levada para a prisão pela mesma acusação de 2020.

Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Zhang Zhan está atualmente detida no Centro de Detenção de Pudong, em Xangai, sob a alegação de “provocar brigas e causar problemas”. A organização afirma que ela pode enfrentar mais cinco anos de prisão.

Desde 2020, a detenção de Zhang gerou reações internacionais. Com a continuidade da pena, a RSF e a Human Rights Watch (HRW) expressaram preocupação e alertaram para as condições enfrentadas por jornalistas independentes na China. Em 2024, o país ocupava a 172ª posição entre 180 países no Índice Mundial de Liberdade de Imprensa.

Em 2021, a HRW afirmou que as condições nos centros de detenção chineses eram precárias, com alimentação mínima e cuidados de saúde rudimentares, violando direitos humanos. Na época, a jornalista de 1,77 metro de altura pesava menos de 40 quilos. “Sentenças injustas contra ativistas na China frequentemente resultam em morte”, afirmaram.

Outros casos de detenções de jornalistas que cobriram a pandemia em Wuhan aconteceram no mesmo período. A situação de Zhang Zhan segue sendo monitorada por organizações internacionais, que também acompanham as condições da liberdade de imprensa no país.


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