Um tribunal de Istambul ordenou nesta sexta-feira (21) que o influente jornalista turco Ismail Saymaz fosse colocado em prisão domiciliar em uma investigação relacionada aos protestos em todo o país em 2013, de acordo com o canal de oposição Halk TV.
Saymaz, que trabalha para a emissora, foi inicialmente detido na quarta (19) sob a acusação de ajudar em uma tentativa de derrubar o governo durante os protestos de 2013.
A medida ocorreu no mesmo dia da detenção do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, principal rival do presidente Recep Tayyip Erdogan, sob acusações de corrupção e de auxílio a um grupo considerado terrorista.
Em 2013, pequenas manifestações contra a construção de um shopping no parque Gezi, na praça Taksim, em Istambul, se transformaram em protestos em massa contra o governo em todo o país, resultando em uma repressão severa.
A Halk TV relatou que o promotor questionou as postagens nas redes sociais de Saymaz, bem como ligações telefônicas e mensagens com os réus do julgamento do parque Gezi, incluindo o empresário Osman Kavala, condenado à prisão perpétua sem liberdade condicional em abril de 2022.
Kavala enfrentou várias acusações, incluindo espionagem, financiamento dos protestos do parque Gezi e envolvimento em uma tentativa de golpe fracassada contra o governo de Erdogan em 2016. Ele está preso desde novembro de 2017.
Saymaz negou as acusações e disse ao promotor que todas as suas ligações e mensagens eram para fins jornalísticos, disse a Halk TV.
Grupos de direitos humanos afirmam que 11 pessoas foram mortas e mais de 8.000 ficaram feridas na resposta do Estado, e mais de 3.000 foram presas.
O governo de Erdogan disse que a repressão foi justificada diante das ameaças ao Estado, e que os manifestantes foram parcialmente financiados do exterior. Os réus e grupos da sociedade civil negam.
Deixe um comentário