No ar como o divertido e ambicioso Freitas de “Vale Tudo“, Luis Lobianco fala sobre a repercussão do personagem nas ruas.
— Quando o personagem cai no gosto popular, as pessoas se sentem muito íntimas dele. Como o Freitas não é um protagonista, eu não esperava essa reação. No entanto, ele possui cenas muito boas. Estudei bastante para não desperdiçar nada do que está no texto e estou recebendo um retorno imenso. Em uma novela que discute ética e honestidade, o Freitas tem uma moral meio elástica. Ele quer habitar o ambiente do poder, trata diferente quem está num cargo abaixo dele. Nesse sentido, ele é um vilão. Mas ele não é da elite, não é privilegiado, está fazendo o que pode. Brinco que ele é um “vilinho” — conta.
Lobianco acredita que existem muitas pessoas como Freitas na vida real:
— Onde há elite, existem os bajuladores. Há Freitas em toda parte, sim. Estou atento a eles. Isso me ajuda a compor esse personagem. O texto de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, atualizado por Manuela Dias, é excepcional. Retratam fielmente pessoas que todos conhecemos, o que gera essa identificação com o público.
O ator tinha apenas 6 anos quando a versão original estreou, em 1988. Ele assistiu anos depois, na reprise do Canal Viva:
— Vi a novela toda, estava tudo muito fresco na memória. Quando recebi o convite para o remake, decidi não assistir novamente. Achei mais valioso me basear na minha memória e focar no texto de 2025. Na época em que assisti à versão original, já estava formado, fazia teatro independente. Era muito difícil. Se alguém me dissesse que eu trabalharia em audiovisual, novela, série, eu não acreditaria. Essa profissão é surpreendente e maravilhosa. Celebro isso diariamente.
Lobianco diz que as comparações entre as duas versões são naturais, mas destaca a importância de ir além:
— É uma novela que faz parte do imaginário coletivo brasileiro. Sempre achei que isso aconteceria. A comparação gera discussão, mas aqueles que se prendem apenas a isso perdem o que está acontecendo. Sempre digo para observarem as atualizações. E há semelhanças que são muito interessantes também.
Aos 43 anos, Lobianco passou por um processo de emagrecimento há cerca de oito. Ele conta que agora se sente bem com seu físico e revela que se arrepende de ter falado abertamente das mudanças corporais durante a perda de peso:
— Na época isso virou manchete. Eu mesmo falei muito sobre o assunto, e hoje acho que não faria mais isso, porque é íntimo. Expor números de peso pode gerar ansiedade nas pessoas que te acompanham. Tenho trabalhado a vida toda para me livrar desse tipo de ansiedade. Estou ótimo, me encontrei no meu corpo, na minha rotina de atividade física e cuidado com a saúde mental. O treino é cuidado com a saúde mental, é o que me dá energia. Fico com a mente clara, energizado. Adoro andar de bicicleta, faço tudo de bicicleta. Mais do que a musculação, é o movimento que traz coisas boas e muita inspiração.
Nos momentos de descanso, um dos lugares que ele gosta de frequentar é seu sítio na Região Serrana do Rio, um local rodeado pela natureza:
— Amo minha casa na Serra porque criamos um espaço que é meio da minha família. Tem minha casinha, a casa da minha mãe, minhas sobrinhas pequenas vão para lá, minhas irmãs também, e muitos amigos. Atualmente, estou reformando, então não tenho conseguido ir muito porque a casa está um pouco bagunçada. Mas sinto muita saudade. E é muito perto. Levo só duas horas. Às vezes, esse é o tempo para chegar aos Estúdios Globo, se o trânsito estiver ruim.
O ator explica que está fazendo melhorias no local gradualmente:
— No início, pensava que precisava fazer muitas mudanças. Mas entendi que a casa é daquele jeito porque faz sentido, está integrada com a natureza. O que faço são ajustes pequenos, como pintar e trocar o rodapé. Em breve, verei se dou uma melhorada na cozinha. É meio casa de passarinho, um galhinho de cada vez.
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Lobianco reflete sobre o que define um lar para ele:
— Precisa contar um pouco da sua história. Em toda parte da minha casa, há uma lembrança de algo especial que faz sentido para mim. Minha primeira casa própria, em 2010, não tinha nada. Era um conjugado na Lapa. Tinha meu colchão de ar, onde eu dormia, uma panela de arroz e um aparelho de som. Fui construindo aos poucos, sem decoração profissional, pois é caro e não poderia arcar. Fui criando memórias, algo que quero fazer no sítio também. Quero simplicidade, cobertores bons porque faz frio, e é isso (risos). Está ficando muito legal.
Veja imagens da casa de Luis Lobianco na Serra
Propriedade fica no interior do Rio
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