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Maioria das aplicações taxadas pelo governo não é “da cobertura”


A afirmação do ministro Fernando Haddad, da Fazenda, que as novas medidas de compensação pela derrubada do aumento do IOF vão atingir apenas os “moradores da cobertura” é contestada por dados da Anbima, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais.

Segundo um levantamento realizado pelo Poder360 junto à entidade, dos 6,48 milhões de contas, 63,7% são classificadas como “tradicionais” (4,12 milhões), enquanto que o restante de 36,3% é da chamada “alta renda” ou “private”. A apuração aponta que apenas 164,7 mil aplicações têm mais de R$ 5 milhões em títulos de Letras de Crédito e Certificados de Recebíveis Imobiliários ou do Agronegócio – as LCIs, LCAs, CRIs e CRAs – que eram isentos e agora passam a sofrer uma tributação de 5%.

Ao todo, segundo a Anbima, as aplicações somavam R$ 1,23 trilhão em abril de 2025, mês com últimos dados disponíveis.

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A equipe econômica justifica a tributação como parte do esforço para equilibrar as contas públicas. A isenção atual, segundo os técnicos da Fazenda, cria distorções no sistema, favorecendo certos tipos de investimento em detrimento de outros.

“Você carregar R$ 1,7 trilhão em títulos isentos somando uma renúncia fiscal de R$ 41 bilhões só neste caso, eu penso que nós não estamos – com uma taxa de juros no patamar que está [14,75%] – o país não está em condição de abrir mão de 100% do tributo que todo mundo paga quando compra um título do Tesouro e não cobrar nem 1%”, disse o ministro a jornalistas nesta quinta (12), ao chegar na Esplanada.

Ao contrário do que Haddad sinaliza, o volume financeiro não está concentrado apenas nas faixas mais altas. Do total aplicado, R$ 361,2 bilhões estão em contas tradicionais, R$ 387,2 bilhões em alta renda e R$ 485 bilhões em clientes “private”. Ou seja, quase 61% dos recursos estão fora do segmento de altíssimo patrimônio.

Os títulos com maior volume de investimentos são as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), com R$ 517,2 bilhões, seguidas pelas Letras de Crédito Imobiliário (LCI), com R$ 411,9 bilhões. Os certificados de recebíveis (CRA e CRI) e as debêntures incentivadas respondem por fatias menores, mas ainda expressivas do total.

A quantidade de contas reforça a ampla base de aplicadores. As LCIs somam 2,54 milhões de contas; as LCAs, 2,19 milhões. Ao todo, mais de 4,1 milhões de contas pertencem a categorias que não se enquadram como de altíssima renda.



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