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Marcou o jornalismo esportivo baiano com trocadilhos – 23/03/2025 – Cotidiano


“O que me cura todo dia é o Bahia“. A declaração de amor ao Esporte Clube Bahia foi de Bruno Queiroz, então assessor do time. O jornalista tratava um câncer no intestino, descoberto em 2022, e decidiu não se afastar de suas funções. Trabalhar com o que amava lhe dava motivação para continuar lutando.

A frase, dita aos jogadores após uma partida, virou tatuagem em seu braço e também camisa oficial do Esquadrão. A pedido dele, parte da renda com as vendas foi revertida para as Obras Sociais Irmã Dulce.

Soteropolitano, Bruno Britto de Queiroz cresceu perto do mar e sempre frequentou a praia. Foi criado na região da Barra, onde morou com a mãe, Maria Clara. Como todo filho de professora, era cobrado para ser estudioso, ter boa escrita e oratória. Talvez esse tenha sido o começo de sua formação como jornalista.

Do pai músico, Sérgio, herdou a veia artística. Aprendeu a tocar violão e até a compor, demonstrando talento com as palavras.

Na juventude, jogava bola. Chegou a tentar seguir carreira no esporte e brincava que seu apelido era Brumessinho, junção de seu nome com Messi e Ronaldinho.

Era um craque também dos trocadilhos. Nas páginas do Correio da Bahia, onde ingressou como setorista do seu time de coração em 2015, criou manchetes icônicas e textos brincando com as palavras.

Na redação, encontrou outro amor, a também jornalista Giulia Marquezini, com quem engatou um relacionamento.

Ficou conhecido como o “Rei dos Furos”, pois era sempre o primeiro a revelar contratações e novidades do Tricolor baiano. Foi justamente sua atenção extrema que fez o clube o convocar para sua equipe de comunicação, em 2019.

“A principal característica dele era o faro para a notícia. Sempre foi um cara muito espontâneo, muito simpático e leal, e as fontes confiavam muito nele”, diz o amigo Elton Serra, 43, também jornalista.

Bruno também foi setorista do Bahia na Rádio CBN e atuou em outros veículos, como a Rádio Transamérica e TVE Bahia. Era unanimidade entre os corredores e salas de imprensa. “Ele era um ímã de pessoas, conseguia atrair várias bolhas diferentes, camadas sociais e profissões. Tinha amigos de todos os ambientes”, relembra Serra.

Um de seus hobbies era jogar futebol online, disputava campeonatos e chegou a ser campeão do Nordeste. Ultimamente, também se divertia em partidas de poker com os companheiros de clube.

Bruno fez tratamento contra o câncer por mais de dois anos. Ele morreu no dia 17 de janeiro, aos 34 anos. Recebeu homenagens do Bahia e até do maior rival de campo, o Vitória, além de outros clubes do Baianão.

Deixa a mulher, Giulia, o pai, Sérgio, e a mãe, Maria Clara.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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