O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse nesta terça-feira (1º) que pode votar no plenário nesta semana o PL (projeto de lei) que impõe a reciprocidade de regras ambiental e comercial nas relações do Brasil com outros países.
A proposta é da bancada ruralista e foi aprovada no Senado, de forma terminativa na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado Federal, nesta terça, com apoio do governo — um dia antes de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar um tarifaço que pode atingir uma série de produtos brasileiros.
“Como temos amanhã uma data já precificada de uma possível movimentação dos Estados Unidos com relação à produção brasileira, estamos conversando com colégio de líderes para que, se possível, excepcionalmente, possamos trazer a matéria ao plenário ainda nesta semana”, disse Motta.
O presidente da Casa iniciou a sessão com um discurso com recados para o PL, que, apesar de muitos deputados integrarem a FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), está em obstrução para pressionar Motta a pautar o projeto de lei que concede anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro.
“Este episódio entre os EUA e o Brasil deve nos ensinar definitivamente que nas horas mais importantes não existe Brasil de esquerda com Brasil de direita. (…) Que pensemos diferente sim, mas não quando o povo está ameaçado”, disse.
“Ninguém é dono do povo, ninguém pode falar pelo povo. Não é hora de seguirmos ninguém, mas de agirmos com desprendimento político, sem qualquer tipo de mesquinhez e agir com altivez, mas sem falsos heroísmos”, afirmou ainda.
A reação brasileira ao movimento do presidente americano representa um momento raro em Brasília, no qual os parlamentares ruralistas, que representam a maior bancada do Congresso, se alinharam ao governo Luiz Inácio Lula da Silva para impor uma resposta à taxação generalizada promovida por Trump aos produtos brasileiros.
O projeto de lei original, de autoria do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), tinha como proposta ser uma resposta à crescente imposição de barreiras ambientais unilaterais pela União Europeia, como a “lei antidesmatamento” que tem previsão de entrar em vigor a partir de 31 de dezembro deste ano.
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