Quem viu São Paulo 0, Sport 0, entende perfeitamente o 4 a 1 da Argentina sobre o Brasil.
Como quem assistiu à decisão do Paulistinha também entendeu.
Já outro empate, 1 a 1, entre Flamengo e Internacional, o primeiro grande jogo do Campeonato Brasileiro de 2025, não explica —e explica— a goleada no Monumental de Núñez.
Explica porque dois treinadores modernos, capazes de ousar e de mudar o comportamento de seus times no correr da disputa, Filipe Luís e Roger Machado, são exceções no panorama dos técnicos brasileiros.
E não explica porque o clássico foi jogado em alto nível, digno de qualquer um dos grandes campeonatos europeus.
Também a vitória do Fortaleza sobre o Fluminense por 2 a 0 tem participação na explicação da goleada argentina.
Porque suficiente para a demissão de Mano Menezes, como se fosse inadmissível a derrota, no Castelão, para o Tricolor do Pici, que no ano passado terminou em quarto lugar, nove posições à frente do Tricolor das Laranjeiras —os cearenses com 68 pontos, os cariocas com 46.
Achava a direção do Fluminense que seu time seria obrigado a vencer o adversário? Não percebe a diferença entre trocar de técnico como se troca de camisa e ter o modelo do Fortaleza, que mantém o argentino(!) Juan Vojvoda desde 2021?
Na verdade, o presidente do Flu, Mário Bittencourt, está preocupado é em fazer a SAF do clube para ser seu CEO regiamente pago —e desde que com o BTG, porque outras propostas nem sequer são ouvidas.
Sonho compartilhado pelo presidente de outro tricolor, o do Morumbi, cujo presidente, Julio Casares, também tem a obsessão de virar CEO do clube.
Aí o desempenho dos times passa a ser secundário do ponto de vista da qualidade e valorizado apenas pelo resultado, pouco importa como.
Roger Machado até quase acabou condenado ao ostracismo por falta de paciência de patrão demagogo, despreparado para dirigir futebol.
Mestre Tostāo escreveu preferir Filipe Luís para substituir o demitido Dorival Júnior, agora cogitado para voltar ao São Paulo, porque o de sempre é o de sempre, e a opinião do Mineirinho de Ouro tem peso pesado.
Difícil divergir, embora o próprio treinador do Flamengo tenha refutado a possibilidade —e talvez ele faça melhor mesmo ao não botar o carro adiante dos bois, mirando o Mundial de Clubes de 2025 em vez de a Copa do Mundo de 2026.
Finalmente, na casa verde, Palmeiras e Botafogo também fizeram um bom jogo, com franca superioridade carioca e incrível dificuldade em cumprir o maior objetivo do jogo de futebol, o gol.
Weverton trabalhou muito e muito bem.
John apenas uma vez, ao final do clássico, mas de maneira definitiva, quase milagrosa, ao evitar que Flaco López consumasse a injustiça de uma vitória palmeirense.
Evidentemente frustrada com a perda do tetracampeonato estadual, a torcida esmeraldina compareceu em número abaixo do normal, apenas 30 mil torcedores, por se tratar de embate contra seu algoz nacional mais recente.
E acabou por amargar novo empate sem gols contra time preto e branco.
Vaiou ao final e ainda ouviu, de novo, o grito de “é campeão”, agora dos botafoguenses, como havia ouvido três dias antes dos corintianos.
Em tempo: esqueça o Botafogo do primeiro trimestre. É time para brigar pelo bicampeonato.
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