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O melhor do emprego – 31/01/2025 – Opinião


O mercado de trabalho teve um bom desempenho no ano passado, mas nos últimos meses há sinais incipientes de desaceleração. Não é uma surpresa, diante da escalada do dólar e dos juros, com consequente arrocho nas condições de financiamento para famílias e empresas, dinâmica que ocorre por culpa da gestão econômica do governo.

É o que se vê no Caged, pesquisa do Ministério do Trabalho que coleta os dados de criação de emprego formal: em dezembro, houve perda líquida de 535 mil vagas, mais do que o esperado.

No caso da Pnad, pesquisa domiciliar conduzida pelo IBGE que abrange postos formais e informais, a ocupação no ano subiu 2,8% e atingiu o recorde de 103,3 milhões de pessoas empregadas.

No trimestre encerrado em dezembro, porém, nota-se certa redução de ímpeto. Embora o desemprego tenha ficado em 6,2% na média do período, na medida ajustada pelos fatores sazonais houve alta para 6,6%, um retorno ao patamar de agosto.

A renda continuou a crescer, 4,3% na comparação com o mesmo mês de 2023, já descontada a inflação. É um bom ritmo, mas o aumento recente dos preços, sobretudo nos itens de maior necessidade, como alimentos, é um obstáculo para a continuidade do bom desempenho do consumo.

A coletânea de dados sugere que começa a se esgotar o impulso dos últimos anos. Em 2024, boa parte da surpresa positiva na atividade econômica —o Produto Interno Bruto deve ter encerrado o ano com alta próxima a 3,5%— se deve à expansão exacerbada dos gastos públicos.

O dispêndio federal cresceu 12% acima da infração entre 2022 e 2024, em razão de despesas com precatórios federais e do aumento de transferências sociais, seja pelo número maior de beneficiários ou pela correção do salário mínimo acima da inflação

Daí resulta a carestia mais acelerada. O IPCA terminou o ano em 4,83%. Mais grave é a dinâmica dos segmentos mais estruturais, como serviços, que rodaram em alguns cortes acima de 8% anuais no último trimestre.

A resposta do Banco Central é a elevação dos juros para 13,25% ao ano. As projeções apontam para cerca de 15%, mas alguma acomodação na atividade pode pôr fim ao aperto antes.

De todo modo, parece contratado um crescimento econômico menor para este ano, na casa dos 2%. Cumpre ao governo petista não se desesperar com medidas populistas e artificialismos voltados a sustentar a popularidade. Prudência na gestão do Orçamento é o mais fundamental para evitar estragos maiores.

editoriais@grupofolha.com.br



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