quinta-feira , 27 março 2025
| Cidade Manchete
Lar Últimas Óleo de bagaço de oliva é vendido a R$ 44,90: entenda – 25/03/2025 – Mercado
Últimas

Óleo de bagaço de oliva é vendido a R$ 44,90: entenda – 25/03/2025 – Mercado


Usuários das redes sociais comentaram recentemente sobre o óleo de bagaço de oliva, que apesar de utilizado como uma alternativa mais barata, é vendido a preços semelhantes ao do azeite extravirgem.

O óleo é extraído dos resíduos finais da oliva, após a retirada de todo o azeite, e é tratado com solventes até se tornar próprio para consumo.

A Folha visitou quatro franquias de supermercados na região do Ipiranga, em São Paulo, na zona sul da capital paulista. O preço médio observado para o azeite extravirgem foi de R$ 40 a R$ 50 para o frasco de 500 ml. A marca mais cara encontrada vendia um vidro de 250 ml a R$ 115. A reportagem encontrou o óleo de bagaço apenas em uma das redes visitadas. A opção da marca De Olliva saía por R$ 37,90, e o Olitalia estava na promoção, de R$ 44,90 por R$ 29,90.

Só podem ser considerados azeite produtos obtidos exclusivamente das azeitonas, sem mistura de qualquer outro óleo, segundo instrução normativa nº 1 de 30 de janeiro de 2012 do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária).

Na prática, existem quatro tipos de azeite:

  • Extravirgem: tem mais qualidade, acidez menor ou igual a 0,8% e é produzido a partir de azeitonas em ótimo estado;
  • Virgem: considerado de qualidade intermediária, com acidez menor ou igual a 2% e poucos defeitos;
  • Tipo único: compreende o grupo “azeite de oliva” e “azeite de oliva refinado”, com técnicas de refino que não provocam alteração na estrutura glicerídica inicial;
  • Lampante: tem acidez maior que 2% e não pode ser destinado diretamente à alimentação humana, podendo ser refinado para enquadramento nos tipos “azeite de oliva” ou “azeite de oliva refinado”

O ÓLEO DE BAGAÇO

O ministério define o óleo de bagaço de oliva como o “produto obtido do bagaço do fruto da oliveira tratado fisicamente ou com solvente, excluídos qualquer óleo obtido por processo de reesterificação ou pela mistura com outros óleos, independentemente de suas proporções”. Apesar de ter somente azeitonas em sua composição, não é permitido o uso da palavra azeite para designação do óleo de bagaço de oliva.

Em entrevista publicada no início do ano, Cristiane Souza, CEO do grupo Gallo no Brasil, que comercializa a marca De Olliva, explicou que, apesar de ser uma novidade no território nacional, o produto já é conhecido em outros países, como nos Estados Unidos. “É uma boa alternativa para aqueles que se acostumaram com o azeite, mas que deixaram de ter acesso ao produto por conta da inflação dos últimos anos.”

Mas o produto não é tão novo em solo brasileiro. Alfredo Matheus Maldonado, diretor da área latino-americana da empresa Costa d’Oro, que comercializa o óleo de bagaço sob o nome La Sansa di Oliva, diz que o produto é comercializado desde o início da operação na empresa, nos anos 1970.

“A Sansa é um subproduto do azeite extravirgem de oliva, e portanto o seu preço acompanha as flutuações do preço do azeite”, explica. “Hoje um quilo de Sansa custa na casa de 2,50 euros. Antes de 2020, custava menos de 1,10 euro. Calculamos que, na época de início de lançamento, um quilo de sansa custava aproximadamente 17 centavos de euro.”

Segundo Alfredo, houve uma alta no mercado de La Sansa di Oliva durante a crise do azeite de oliva, causada, entre outros fatores, por secas severas enfrentadas pela Espanha, responsável por praticamente metade de todo o azeite produzido no mundo.

“Para se ter uma ideia, em novembro de 2021, devido ao alto consumo para utilização em produtos enlatados, como atum e verduras em conserva, seu preço chegou a representar uma diferença de apenas 6% do valor do quilo do extravirgem. Hoje falamos em cerca de 45% de diferença.”

COMPOSTO DE SOJA E AZEITE DE OLIVA

Nos supermercados consultados pela Folha, o composto de soja e azeite costuma estar no setor de óleos, e não nos de azeite. O preço médio, de R$ 12, também é parecido com o de seus vizinhos, óleos de girassol, de canola e de milho. O óleo de soja custa em média R$ 7.

O produto também é antigo no Brasil. De acordo com a Cargill, empresa que comercializa compostos de soja e oliva, a marca Maria foi lançada em 1942 como alternativa ao azeite, um item de difícil importação na época, e adquirida pela companhia em 2006.

“Já a marca Olívia foi desenvolvida e lançada pela Cargill em 2002, como um óleo composto aromatizado vendido em lata de 500 mL nas versões tradicional, cebola e alho, ervas finas e orégano. Ao longo de 2024, a categoria se fortaleceu, sendo uma opção de menor desembolso para o consumidor”, explica a empresa.

Além do azeite, outros produtos também apresentam alternativas mais baratas. Recentemente, viralizou nas redes sociais uma mercadoria denominada “pó para preparo de bebida sabor café”, que ficou conhecido como café fake. A Folha não encontrou o artigo à venda nos supermercados, mas verificou que é possível comprá-lo na internet.

Nos supermercados, o “creme culinário” —mistura de gordura vegetal e leite —custava quase metade do creme de leite padrão da marca Classic, própria do Carrefour. Enquanto um era vendido a R$ 2,29, o outro saía por R$ 4,19, considerando a caixa de 200 g.

Já o pacote de 400 g de leite em pó integral da marca LeiteSol estava a R$ 18,49, ante R$ 11,99 do composto lácteo com açúcar que continha soro de leite.

Demais produtos encontrados incluíam “queijo processado sabor requeijão”, “bebida láctea fermentada com preparo de morango” ao lado dos iogurtes, “alimento à base de xarope de glicose” na prateleira do mel e “doce cremoso com leite e soro de leite” perto dos doces de leite.

AZEITE É CAMPEÃO DE FALSIFICAÇÕES

O último relatório do PNFraude (Programa Nacional de Combate à Fraude), realizado pelo Mapa, concluiu que o azeite de oliva foi líder de falsificações de produtos de origem vegetal em 2024. Os dados mostram que 112,3 mil litros de azeite adulterado foram apreendidos no ano, e que 104.363 destes foram retirados do mercado.

A fraude mais comum encontrada no azeite de oliva é a mistura do produto com óleos vegetais refinados mais baratos, como soja, girassol e canola. Mas, se bem rotulado —sem a nomenclatura ‘azeite’ e com o percentual de azeite inscrito em destaque no rótulo —, o produto está de acordo com as regras da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).



Source link

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Últimas

Servidores recebem reajuste e retroativos em 2 de maio – 27/03/2025 – Mercado

O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) disse nesta...

Últimas

EUA diz que haverá consequência se Venezuela atacar Guiana – 27/03/2025 – Mundo

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, alertou, nesta quinta-feira...

Últimas

Léo Índio, réu por 8/1, diz que está na Argentina, e Moraes cobra explicações – 27/03/2025 – Poder

Réu acusado de golpe de Estado por causa dos ataques aos Três...

Últimas

TJ-SP anula indenização a Abilio Diniz por obras de Volpi – 27/03/2025 – Mônica Bergamo

A 34ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado...