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PF: Não há como indiciar todos os citados por delator Cid – 27/01/2025 – Poder

Em meio às investigações em andamento sobre a trama golpista no governo Jair Bolsonaro (PL), o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse não haver elementos suficientes para indiciar todos os citados na delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

Na primeira delação de Cid, revelada pelo colunista Elio Gaspari, o tenente-coronel citou 9 das 40 pessoas que acabaram sendo indiciadas pela PF.

Entre os mencionados como integrantes da ala mais radical estão a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Os dois não foram indiciados no relatório final, apresentado em novembro.

“No caso concreto, está lá no relatório [final da trama golpista] que não houve a busca de outros elementos que pudessem confirmar que essas pessoas [Michelle, Eduardo e outros não indiciados] tenham participado”, disse Andrei no programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (27).

O diretor da corporação afirmou que colaboração é apenas “um instrumento de obtenção de provas” e que não basta o delator “anunciar determinadas situações e nós já tomarmos aquilo como verdade absoluta”.

Segundo ele, a equipe foi a campo a partir dos relatos, colheu mais depoimentos, fez extração de dados e chegou às conclusões apresentadas.

Andrei disse ainda que o relatório apresentado é completo e consistente. Indagado sobre a duração do inquérito, respondeu que as investigações têm um “tempo de maturação”.

Na primeira entrevista já concedida por um diretor-geral da PF ao programa, Andrei foi questionado se cumpriria pessoalmente uma eventual determinação da prisão de Bolsonaro, mas tergiversou e disse que as equipes cumprirão qualquer ordem judicial.

O diretor da PF também fez menção à apresentação de PowerPoint pelo então procurador Deltan Dallagnol no âmbito da Lava Jato em 2016. Segundo ele, houve falhas na atuação dos policiais federais na operação que mirava desvios na Petrobras e outros órgãos públicos.

Na sequência de slides, Deltan chamou de “14 conjuntos de evidências” que apontavam para o nome do hoje presidente Lula (PT) no centro.

“A Polícia Federal de hoje não faz entrevista coletiva pré-condenando, prejulgando ninguém, não faz powerpoint com responsáveis por operações já pré-condenando as pessoas. Faz investigação isenta, séria e responsável”, disse.

O diretor da PF voltou a defender a regulação das redes sociais ao comentar a crise relacionada ao Pix. Ele também informou que ainda não foi instaurado um inquérito e aguarda mais informações da AGU (Advocacia-Geral da União).

As declarações sobre investigações sigilosas em andamento se tornaram recorrentes no governo Lula, principalmente pelo chefe da PF. As manifestações públicas costumam ser de inquéritos que miram opositores do governo.

A gestão de Andrei é marcada também pela proximidade com o presidente. Como mostrou a Folha, o diretor da PF viaja com frequência na comitiva presidencial para o exterior, o que despertou o temor de alguns integrantes da corporação sobre possível contaminação política.

No final de 2024, a PF concluiu a investigação sobre suposta trama golpista no governo Bolsonaro e indiciou o ex-presidente e outras 39 pessoas.

Durante o comando de Andrei, a corporação também intensificou os embates com outros órgãos públicos, como o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Exército e a Polícia Rodoviária Federal.

Além deles, a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) entrou na mira da PF por uso de um software espião suspeito de ser ter sido utilizado para espionar adversários políticos e blindar os filhos de Bolsonaro.

O caso ficou conhecido como “Abin paralela”, apesar de o grupo suspeito de espionagem ilegal ser composto, em sua maioria, por policiais federais cedidos à agência, sob o comando do então diretor Alexandre Ramagem, hoje deputado federal pelo PL-RJ.

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