Os dados do emprego no Brasil podem esconder pistas para os motivos de a popularidade do governo Lula (PT) não refletir indicadores econômicos considerados positivos. O desemprego hoje está em patamar próximo ao mais baixo da série histórica, com recorde de criação de vagas, enquanto a avaliação do presidente é a pior dos três mandatos.
Um estudo do economista Nelson Marconi, da FGV/Eaesp, aponta que, por trás do dinamismo do mercado de trabalho —formal e informal—, há precarização e polarização das vagas. Os postos hoje pagam menos que a média da economia e são gerados nas extremidades com piores e melhores remunerações.
Ou seja, na comparação com 2012, quando o desemprego também era relativamente baixo, houve piora na qualidade das vagas e nos salários em 2024. Junto com fatores como a inflação dos alimentos, o quadro pode ajudar a explicar o mal-estar dos brasileiros com a economia e o descasamento entre indicadores e o apoio ao governo.
O Café da Manhã desta segunda-feira (31) ouve o repórter da Folha Fernando Canzian, que escreveu sobre o estudo. Ele discute como a qualidade (mais do que a quantidade) do emprego pode estar impactando a popularidade do governo, analisa o que mudou no mercado de trabalho e trata dos efeitos desse fenômeno na desigualdade.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon, com produção de Gustavo Luiz, Lucas Monteiro e Maurício Meireles. A edição de som é de Raphael Concli.
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